Música e silêncio

Visualizações: 112

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/vortex.2024.12.9117

Palavras-chave:

Silêncio, Duração Musical, Subjetividade Musical, Forma Musical, Música

Resumo

A música precisa do silêncio para tornar-se uma presença para aqueles que a experenciam; silêncio originário que a envolve e do qual ela nasce, morre e renasce em uma contínua atividade do espírito. Como símbolo das possibilidades sonoras virtuais e da liberdade construtiva e destrutiva do ser, o silêncio produz a espera vivida na duração musical, expectativa que é atenção à forma musical e participação do ato que a engendra. Não sendo apenas ausência de som, é a ele que nos dirigimos intimamente para encontrar a completude da forma musical, seja nas suas conclusões, seja nas suas cessações inconclusas. Qualquer que seja a sua qualidade afetiva, suas forças expressivas ou formais, o silêncio contém um chamado para a sua superação, para o ato do espírito que o ultrapassa. E a música, fruto das qualidades subjetivas do silêncio, deve sempre retornar a ele para alcançar sua completude.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gisèle Brelet, Université Sorbonne Paris IV

Gisèle Brelet (1915-1973) nasceu em Fontenay-le-Comte, na região de Vendee. Estudou piano com Gontran Arcouet, no Conservatório de Nantes, e Lazare Levy, no Conservatório Nacional de Paris. Fez graduação em biologia e doutorado em filosofia na Universidade Sorbonne Paris IV. Brelet contribuiu para um número considerável de críticas musicais, filosóficas e outras. A partir de 1951, como diretora da Bibliothèque Internationale de Musicologie Presses Universitaires de France, ela se esforçou para promover uma série de obras destinadas a representar o pensamento estético contemporâneo sobre música. Como pianista solo da ORTF, ela se dedicou à interpretação da música contemporânea, com um interesse especial nas obras de jovens compositores.

Gustavo Bonin, Universidade de São Paulo

Gustavo Bonin (1988) é doutor em Sonologia/Processos Criativos e mestre em Musicologia pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Atualmente faz Pós-doutorado em Linguística e Semiótica na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP). Foi professor substituto de Percepção Musical na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Estudou no Curso de Composição na Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP). A partir da abordagem tensiva da semiótica discursiva, estuda a enunciação musical e os objetos performáticos em que a linguagem musical estabelece contato com outras linguagens artísticas diversas.

Juliana Di Fiori Pondian, Universidade Federal Fluminense

Juliana Di Fiori Pondian (1983) é professora de Linguística na Universidade Federal Fluminense – RJ, Brasil, onde desenvolve pesquisas voltadas à linguística da escrita (grafemática), à semiótica, à tradução e à poesia.

Referências

BAYER, Raymond. L’esthétique de Bergson. Revue philosophique, V. 131, no. 3/8, p. 244-318, 1941.

BERGSON, Henri. Essai sur les donnés immédiates de la conscience. Thèse pour le doctorat présentée à la Faculté des letres de Paris. Paris: Alcan, 1889.

BRELET, Gisèle. La Musique, architecture temporelle. Journal de Psychologie, p. 69-91, janvier-mars, 1940-1941.

BRELET, Gisèle. Musiques exotiques et valeurs permanentes de l’art musical. Revue philosophique, p. 71-96, janvier-mars, 1946.

BRELET, Gisèle. L’execution musicale et les recherches expérimentales de Seashore. Contrepoints, no. 2, p. 36-43, février, 1946.

BRELET, Gisèle. Bêla Bartok: musique populaire et musique savante. Contrepoints, no. 3, p. 38, mars-avril, 1946.

HANSLICK, Eduard. Du Beau dans la musique. Trad. Bannelier. Paris: Maquet, 1893.

HELMHOLTZ, Hermann von. Die Lehre von den Tonempfindungen als physiologisch Grundlage für die Theorie der Musik. Braunschweig: Vieweg, 1863.

LALO, Charles. Esquisse d’une esthétique musicale scientifique. Paris: Alcan, 1908.

LAVELLE, Louis. La dialectique de l’éternel présent: De l’être. Tome I. Paris: Nouvelle édition, Alcan, 1932.

MARCEL, Gabriel. Bergsonisme et musique. Revue musicale, Paris, V. 6, no. 5, p. 220-229, 1925.

RIEMANN, Hugo. Handbuch der Harmonielehre. Leipzig: Druck und Verlag Von Breitkopf & Härtel, 1887.

RIEMANN, Hugo. Les éléments de l’esthétique musical. Paris: Alcan, 1906.

SCHAEFFNER, André. Évolution harmonique et fixité tonale dans la musique contemporaine. Journal de Psychologie, no. 1, p. 211-229, 1926.

SOURIAU, Étienne. Les différents modes d'existence. Paris: Presses Universitaires de France, 1943.

SOUVTCHINSKY, Pierre. La notion du temps et la musique: réflexions sur la typologie de la création musicale. Revue musicale, Paris, V. 20, no. 19, p. 70-80, 1939.

Downloads

Publicado

16.09.2024

Como Citar

Brelet, G., Bonin, G., & Di Fiori Pondian, J. (2024). Música e silêncio. Revista Vórtex, 12, 1–22. https://doi.org/10.33871/vortex.2024.12.9117

Edição

Seção

Tradução

Dados de financiamento

Métricas