Idiomatismo Violoní­stico e Construções Identitárias na Obra de Lula Galvão

Autores

  • Davi Melo Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Marta Castello Branco Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.33871/23179937.2020.8.3.1.18

Palavras-chave:

Música Popular Brasileira, Lula Galvão, Violão Solo, Arranjo musical

Resumo

Este artigo apresenta o questionamento acerca de mecanismos da cultura brasileira que determinam sua construção identitária. A partir da transcrição e análise da introdução ao arranjo de Brigas Nunca Mais (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1959), composto para violão solo e gravado por Lula Galvão (2017), foram analisados aspectos biográficos, escolhas estéticas e idiomáticas feitas pelo violonista, com o objetivo de elucidar a relação entre ferramentas técnicas e analí­tico-musicais e uma possí­vel caracterização identitária do repertório brasileiro. Nossa hipótese aponta para a compreensão dos principais recursos utilizados por Galvão em seu arranjo como: o uso da 2ª menor, rearmonizações, baixos estáticos, trechos de caráter livre e procedimentos idiomáticos no uso do instrumento como campanellas, escolhas de encaminhamentos harmônicos e voicing como elementos musicais que se relacionam diretamente à fluidez do conceito de identidade e a seu reconhecimento no contexto da música popular brasileira.

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Biografia do Autor

Davi Melo, Universidade Federal de Juiz de Fora

Davi Melo é graduado em violão pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atuou como monitor do instrumento na mesma instituição e como pesquisador em projeto de iniciação cientí­fica. Entre os anos 2016 e 2018 estudou violão com com Luis Leite e cursou oficinas do instrumento com José Paulo Becker. Participou de master classes com Roger Franco (2016), Isaac Lausell (Southern University Illinois, 2016) e teve aulas particulares com Elodie Bouny (2019). Participou do Festival de Música Antiga com Nicolas de Souza Barros (2016), e cursou violão erudito na Escola Municipal Maestro Fêgo Camargo, Taubaté, SP (2004 – 2010). ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0318-0919

Marta Castello Branco, Universidade Federal de Juiz de Fora

Marta Castello Branco é professora no Departamento de Música do Instituto de Artes e Design, UFJF e no Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens da mesma instituição. Cursou o doutorado na Universität der Künste Berlin (UdK), na Alemanha. Entre suas publicações estão os livros "Reflexões sobre Música e Técnica" (Editora UFBA, 2012), "O Instrumento Musical como Aparato" (Editora UFJF, 2015), a organização, tradução e apresentação do livro "Na Música. Vilém Flusser" (Editora Annablume, 2017). Temas atuais de pesquisa incluem as relações entre música, cultura e sociedade, estudos da relação entre técnica, materialidade e expressão musical, universalismo e essencialismo na música. ORCID: http://orcid.org/0000-0002-2926-0215

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Publicado

15.12.2020

Como Citar

Melo, D., & Branco, M. C. (2020). Idiomatismo Violoní­stico e Construções Identitárias na Obra de Lula Galvão. Revista Vórtex, 8(3), 1.18. https://doi.org/10.33871/23179937.2020.8.3.1.18

Edição

Seção

Artigos