Uma análise das condições de trabalho das cantoras negras e indígenas da música baiana

Autores

  • Júlia Melo Salgado Universidade Federal da Bahia https://orcid.org/0009-0000-3677-9800
  • Daniele Pereira Canedo Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9886

Palavras-chave:

Economia da música, Bahia, Cantoras negras e indígenas, Precarização, Desigualdades

Resumo

Este artigo investiga a condição das cantoras negras e indígenas na economia da música baiana, explorando dinâmicas laborais que caracterizam suas trajetórias. O objetivo é compreender como o racismo e o sexismo afetam a carreira dessas artistas, destacando a interseccionalidade entre gênero, raça e classe social. A pesquisa utilizou um questionário online com 59 perguntas, distribuídas em seis dimensões analíticas: perfil da respondente, carreira musical, perfil ocupacional, percepções de raça e gênero, fluxos migracionais e perfil socioeconômico. Foram entrevistadas 149 cantoras negras e indígenas do estado. Os resultados revelam que a maioria das cantoras possui longa experiência na música, mas enfrenta dificuldades financeiras e falta de suporte profissional. As principais barreiras identificadas incluem a falta de recursos financeiros, de tempo para investir na carreira e de acesso a redes de apoio. A pesquisa conclui que estas cantoras enfrentam desafios no mercado musical baiano, necessitando de políticas públicas mais efetivas.

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Biografia do Autor

Júlia Melo Salgado, Universidade Federal da Bahia

Júlia Melo Salgado é produtora cultural com amplo portfólio em diversas linguagens artísticas em todo o Brasil. É pesquisadora, diretora criativa e estratégica da Frequências Preciosas, plataforma de inovação, formação, difusão e pesquisa voltada à mulheres negras e indígenas nos negócios da música. É graduada em produção cultural pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, especialista em Bens Culturais, Cultura, Economia e Gestão pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/CPDOC - Rio), mestra pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura/Ufba) na linha de pesquisa Cultura e Desenvolvimento. Também é pesquisadora em formação do Observatório de Economia Criativa da Bahia.

Daniele Pereira Canedo, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Daniele Pereira Canedo é gestora cultural e docente no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (UFRB). Também leciona no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade e no Núcleo de Pós-Graduação em Administração (UFBA). Atualmente, é professora visitante na Vrije Universiteit Brussel (VUB, 2024-2025) e membro do Consórcio Internacional Digital Communication Leadership (EU Erasmus Mundus Joint Master Degree). Daniele possui doutorado em Cultura e Sociedade (UFBA) e PhD in Media and Communication Studies (Vrije Universiteit Brussel). É especialista em Administração Pública (PUC Minas) e graduada em Produção em Comunicação e Cultura (UFBA). Desde 2015, atua como pesquisadora e coordenadora do Observatório da Economia Criativa (OBEC), onde lidera pesquisas de relevância nacional no campo da cultura.

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Publicado

20.08.2025

Como Citar

Melo Salgado, J., & Pereira Canedo, D. (2025). Uma análise das condições de trabalho das cantoras negras e indígenas da música baiana. Revista Vórtex, 13, 1–42. https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9886

Edição

Seção

Dossiê “Música e Mulheres”