A Influência da Violência Simbólica de Gênero no Trabalho das Compositoras
DOI:
https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9801Palabras clave:
Violência Simbólica de Gênero, Mulheres Compositoras, Trabalho de CompositoraResumen
Este artigo investiga a condição das mulheres compositoras, sob a perspectiva da violência simbólica de gênero, e como o fazer musical permanece sob a égide do androcentrismo. No Brasil, atualmente, as compositoras recebem 8% do total arrecadado por direitos autorais, um número que representa o efeito revés e contínuo da desigualdade de gênero no ambiente musical, consequência de incontáveis anos de apagamento, de silenciamento e de violências de naturezas diversas contra o gênero e o fazer musical femininos. O objetivo desse artigo é investigar as implicações da violência simbólica de gênero no trabalho das musicistas compositoras. Como suporte teórico, esse artigo fundamenta-se no conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu. O artigo mostra como a violência simbólica de gênero, por meio do habitus, influencia o trabalho das compositoras, estabelecendo parâmetros assimétricos que desvalorizam a produção das mulheres compositoras.
Descargas
Citas
ANITTA se torna primeira brasileira no top 10 mundial do Spotify com 'Envolver'. G1. Disponível em: <https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2022/03/19/anitta-se-torna-primeira-brasileira-no-top-10-mundial-do-spotify-com-envolver.ghtml>. Acesso em: 09. ago. 2024.
ARRUDA, Jocelaine E. da S., LUZ, Nanci Stancki da. Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2013. ISSN 2179-510X
BARRETO, Kellen. No Brasil, 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra mulheres, diz ONU. G1, 12 de junho de 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/06/12/no-brasil-845percent-das-pessoas-tem-pelo-menos-um-tipo-de-preconceito-contra-mulheres-diz-pesquisa-da-onu.ghtml. Acesso em: 15 set. 2023.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. 9. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. v. 2.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina: a condição feminina e a violência simbólica. Tradução Maria Helena Kuhner. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2018.
BURNS, Mila. Nasci para sonhar e cantar: gênero, projeto e mediação na trajetória de Dona Ivone Lara. 2006. Tese de Doutorado. Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
BRASIL. Presidência da República. Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Brasília, DF, 2006.
CESAR, Rafael do Nascimento. Dalila Vasconcellos de Carvalho | O Gênero da Música: A Construção Social da Vocação. Revista de Antropologia, São Paulo, Brasil, v. 57, n. 1, p. 575–581, 2014. DOI: 10.11606/2179-0892.ra.2014.87782. Disponível em: https://revistas.usp.br/ra/article/view/87782. Acesso em: 15 jun. 2024.
CAGNOLI, Bruno. Misticismo, poesia e música in Hildegard von Bingen (1098-1179), in «Atti della Accademia Roveretana degli Agiati. A, Classe di scienze umane, lettere ed arti» (ISSN: 1122-6064), s. 8 v. 8/2 (2008), pp. 5-26. Disponível em: https://heyjoe.fbk.eu/index.php/ataga. Acesso em 09 abr. 2024.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.
DINIZ, Debora; GEBARA, Ivone. Esperança feminista. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2022.
DOMENICI, Catarina Leite. A voz do performer na música e na pesquisa. Anais do SIMPOM, n. 2, 2012.
DOMENICI, Catarina Leite. A performance musical e o gênero feminino. Estudos de gênero, corpo e música: abordagens metodológicas. Goiânia/Porto Alegre: ANPPOM, 2013. p. 89-109, 2013.
FEDERICI, Silvia; SYCORAX, Coletivo. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Elefante, 2020.
FERNANDEZ, Brena Paula Magno. Teto de vidro, piso pegajoso e desigualdade de gênero no mercado de trabalho brasileiro à luz da economia feminista: por que as iniquidades persistem?. Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais, n. 26, p. 79-104, 2019.
GODINHO, Maria Inês Almeida. Violência simbólica contra a mulher: do espaço doméstico à universidade. Revista do Instituto de Políticas Públicas de Marília, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 9–20, 2020. DOI: 10.36311/2447-780X.2020.v 6.n1.02.p9. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/RIPPMAR/article/view/9178. Acesso em: 18 jul. 2023.
GOMES, Rodrigo Cantos Savelli. MPB no feminino: notas sobre relações de gênero na música brasileira. Curitiba: Appris. 2017.
GRENFELL, Michael. Pierre Bourdieu: conceitos fundamentais. Editora Vozes Limitada, 2018.
GROUT, Donald J; PALISCA, Claude. História da música ocidental. Lisboa: Bradiva, 2007.
HOMEM, Maria; CALLIGARIS, Contardo. Coisa de menina? Uma conversa sobre gênero, sexualidade, maternidade e feminismo. Campinas: Papirus; 7 Mares, 2019.
HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Tradução Bhuvi Libanio. 20 ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2023.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo (Nova edição). 2 ed. São Paulo: Editora Companhia das Letras, v. 2, f. 52, 2020.
KRENAK, Ailton; CARELLI, Rita (Org.). A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
LIMA, Chirlei Dutra; SANCHES, Nanci Patrícia Lima. A construção do eu feminino na música popular brasileira. Caderno Espaço Feminino, v. 1, n. 1, p. 181-205, 2009.
MCCLARY, Susan. Feminine endings: Music, gender, and sexuality. Minneapolis: University of Minnesota, 1994.
MCCLARY, Susan. Reshaping a Discipline: Musicology and Feminism in the 1990s. Feminist Studies, v. 19, n. 2, p. 399-423, 1993.
MCCLARY, Susan; CUSICK, Suzanne; NEIVA, TÂNIA. Musicologia feminista. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=jq2bSjQEd7s. Acesso em: 14 set. 2015.
MEDICI, Júlia; CASTRO, Clariana; MONTEIRO, Tiago. O futuro é feminino: o empoderamento feminino por meio da música. In: Intercom–Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 40º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação–Curitiba-PR. 2017.
MELLO, Denise. A Mulher na Canção: a Composição Feminina na Era do Rádio. São Paulo: Machine, 2022.
MELLO, Maria Ignez Cruz. Relações de gênero e musicologia: reflexões para uma análise do contexto brasileiro. Revista eletrônica de musicologia, v. 11, p. 1, 2007.
MILANEZ, Priscila Rocha. Da divisão sexual do trabalho artístico: o ofício das mulheres no cenário da música popular brasileira. Raça, etnia e gênero: questões do tempo presente, v. 2, p. 53-64, 2022.
MINAYO, M.C.S. A violência social sob a perspectiva da Saúde Pública. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.10 (supl. 1), p. 07-18, 1994.
MURGEL, Ana Carolina Arruda de Toledo. Mulheres compositoras no Brasil dos séculos XIX e XX. Revista do Centro de Pesquisa e Formação, n.3, 2016. Disponível em: https://portal.sescsp.org.br/files/artigo/109bf0a1-ae2e-4728-9fbd-d513f3de5b9a.pdf. Acesso em: 14 de dez. 2023.
NEIVA, Tânia Mello. A musicologia feminista de Susan McClary e a crítica de Suzanne Cusick. In: XXV Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, Vitória. 2015.
“NUNCA teremos igualdade de gênero até que também tenhamos igualdade entre casais”, diz Nobel de Economia 2023. Folha de São Paulo, 10 out. de 2023. Disponível em <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2023/10/nao-teremos-igualdade-de-genero-no-trabalho-enquanto-nao-houver-igualdade-entre-casais-diz-nobel-de-economia.shtml.> Acesso em: 10 de out. 2023.
PESQUISA DATA SIM. Mulheres na indústria da música no Brasil: obstáculos, oportunidades e perspectivas. 2019. Disponível em: https://www.simsaopaulo.com/data-sim-page/. Acesso em: 23 fev. 2023.
PESQUISA ECAD. Report ecad pesquisa mulheres na música 2023. 2023. Disponível em: https://media4.ecad.org.br/wp-content/uploads/2023/03/Report-Ecad-Mulheres-na-Mu%CC%81sica-2023.pdf. Acesso em: 23.fev. 2023.
PESQUISA ECAD. Report ecad pesquisa mulheres na música 2024. 2024. Disponível em: https://www4.ecad.org.br/wp-content/uploads/2024/03/Report-Mulheres-na-Musica-2024.pdf. Acesso em: 27.mai. 2024.
PESQUISA UBC. Por elas que fazem a música. São Paulo: Mila Ventura (Coord.), 2023. Disponível em: https://www.ubc.org.br/anexos/publicacoes/Por-Elas-Que-Fazem-a-Musica-2023.pdf. Acesso em 12/09/2023.
PETERS, Gabriel. Humano, demasiado mundano: a teoria do habitus em retrospecto. Teoria & Sociedade, v.18 n.1, p. 8-37, 2010.
SCOTT, Joan Wallach; LOURO, Guacira Lopes; SILVA, Tomaz Tadeu da. Gênero: uma categoria útil de análise histórica de Joan Scott. Educação & realidade. Porto Alegre. Vol. 20, n. 2 (jul./dez. 1995), p. 71-99, 1995.
SETTON, Maria da Graça Jacintho. A teoria do habitus em Pierre Bourdieu: uma leitura contemporânea. Revista Brasileira de Educação, p. 60-70, 2002.
STONE, Merlin. Quando deus era mulher. Tradução Angela Lobo de Andrade. São Paulo: Goya, 2022.
TATIT, Luiz. O cancionista: composição de canções no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2002.
TEMÁTICAS: revista dos pós-graduandos em ciências sociais / Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. vol. 1, n.1. (1993). Campinas, SP: UNICAMP/IFCH, 1993 - v.26, n.52, 2018. Semestral. ISSN - 2595-315X (versão on-line). Disponível em: <https://www.cesit.net.br/wp-content/uploads/2019/03/Dossi%C3%AA-economia-feminista.pdf>. Acesso em: jul. 2024.
TIBURI, Marcia. Feminismo em comum: para todas todes e todos.15. ed. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2021.
UNDP (United Nations Development Programme). 2023. 2023 Gender Social Norms Index (GSNI): Breaking down gender biases: Shifting social norms towards gender equality. New York. Disponével em: <https://hdr.undp.org/content/2023-gender-social-norms-index-gsni#/indicies/GSNI>. Acesso em: 12. Ago. 2024.
UNESCO. Igualdade de Gênero. Paris: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 2019. Disponível em: https://www.unesco.org/pt/gender-equality. Acesso em: 20 jun. 2024.
UNESCO. Reading the past, writing the future: fifty years of promoting literacy. Paris: United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization, 2017. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0024/002475/247563e.pdf. Acesso em: jun. 2024.
VEGA, Luis Garvía. O que revelam os estudos da ganhadora do Nobel de Economia. Nexo, 10 de outubro de 2023. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/externo/2023/10/10/O-que-revelam-os-estudos-da-ganhadora-do-Nobel-de-Economia>. Acesso em: 08. out. 2023.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Janaina Fellini , Gislaine Cristina Vagetti

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente bajo la licencia Creative Commons Attribution Licence que permite compartir el trabajo con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.