As estratégias de abertura ao intérprete e os procedimentos de controle do discurso
Visualizações: 62DOI:
https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.2.7496Palavras-chave:
Compositor-intérprete, Relações de poder, Procedimentos de controle do discurso, Paulo de Assis, Análise CríticaResumo
Este artigo propõe uma análise crítica da relação compositor/intérprete a partir da proposta do intérprete emancipado conforme articulada por Paulo de Assis. Situamos historicamente as configurações e mecanismos de poder que marcam a divisão de trabalho a partir das concepções de disciplina e soberania de Michel Foucault. Posteriormente, analisamos proposições metodológicas e artísticas fundamentadas na atualização da noção de Obra musical concebida por Assis. A fim de compreender os limites e as contradições que marcam tal proposição, traçamos paralelos entre a abordagem do autor e os procedimentos de controle do discurso. Acreditamos que tal via analítica nos possibilite compreender os mecanismos de ordenamento, delimitação e exclusão que marcam as formações discursivas pautadas no eixo da relação compositor/intérprete.
Downloads
Referências
ASSIS, Paulo de. Logic of Experimentation: Rethinking Music Performance through Artistic Research. Ghent: Orpheus Institute, 2018a.
______________. (Intérpretes: ME21 Collective). Diabelli Machines8: after Ludwig van Beethoven’s Diabelli Variations, op.120. Ghent: Orpheus Institute, 2018b. 1 CD (63:03 min) e 1 DVD (87:00 min). Encarte em digital. Disponível em: <https://www.academia.edu/37373201/Diabelli_Machines_8_CD_and_DVD_>.
ATTALI, Jacques. Noise: the political economy of music. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2009.
CARDASSI, Luciane. Time and Place within a performer-composer collaboration. In: MENDES, Jean Joubert Freitas. NODA, Luciana (Org.). Ensaios sobre a música do século XX e XXI: composição, performance e projetos colaborativos. Universidade Federal do Rio Grande do Norte: EDUFRN, 2016, p. 76-100.
_________________. Shared musical creativity: teaching composer-performer collaboration. Vórtex, Curitiba, v. 8, n. 1, p. 1-19, 2020. DOI: https://doi.org/10.33871/23179937.2020.8.1.13
CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault: um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
CLARKE, Eric Fillenz; DOFFMAN, Mark. Distributed Creativity: Collaboration and Improvisation in Contemporary music. New York: Oxford University Press, 2017. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780199355914.001.0001
D’ERRICO, Lúcia. Powers of Divergence: an experimental approach to music performance. Ghent: Orpheus Institute, 2018. DOI: https://doi.org/10.26530/OAPEN_1000228
DELEUZE, Gilles. Foucault. São Paulo: Brasiliense, 2013.
DOMENICI, Catarina. It takes two to tango: a prática colaborativa na música contemporânea. Revista do Conservatório de Música da UFPel, Pelotas, n. 6, p. 1-14, 2013.
DREYFUS, Laurence. Beyond the Interpretation of Music. Journal of Musicological Research, v.39, p. 1-26, 2020. DOI: https://doi.org/10.1080/01411896.2020.1775087
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7° ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005a.
_________________. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 2005b.
________________. O poder psiquiátrico. Curso no Collège de France (1973-1974). São Paulo: Martins Fontes, 2006a.
_________________. Poder-Saber. In: MOTTA, Manuel B. (Org). Ditos & Escritos IV: Estratégia, Poder-Saber. 2° ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006b, p. 223-240.
_________________. A ordem do discurso. Aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 24° ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
_________________. História da loucura na idade clássica. 11° ed. São Paulo: Perspectiva, 2017.
GOEHR, Lydia. The Imaginary Museum of Musical Works: an Essay in the Philosophy of music. Oxford: Clarendon Press, 1992.
____________. The Perfect Performance of Music and The Perfect Musical Performance. New Formation: performance matters, v. 27, p. 1-22, 1995.
GOOLEY, Dana. The Battle against Instrumental Virtuosity in the Early Nineteenth Century. In: GOOLEY, Dana; GIBBS, Christopher H. (ed.). Franz Liszt and His World. Princeton: Princeton University Press, 2006, p. 75-111. DOI: https://doi.org/10.1515/9781400828616.75
HAYDEN, Sam; WINDSOR, Luke. Collaboration and the composer: case studies from the end of the 20th century. Tempo. Cambridge, v. 61, n. 240, p. 28-39, 2007. DOI: https://doi.org/10.1017/S0040298207000113
LEISTRA-JONES, Karen. Staging Authenticity: Joachim, Brahms, and the Politics of Werktreue performance. Journal of the American Musicological Society, v. 66, n. 2, p. 397-436, 2013. DOI: https://doi.org/10.1525/jams.2013.66.2.397
MOORE, Robin. The Decline of Improvisation in Western Art Music: As interpretation of Change. International Review of the Aesthetics and Sociology of Music, v. 23, n. 1, p. 61-84, 1992. DOI: https://doi.org/10.2307/836956
NYMAN, Michael. Experimental Music: Cage and Beyond. 2° ed. Cambridge University Press, 1981.
PIOTROWSKA, Anna G. Expressing the Inexpressible: The Issue of Improvisation and the European Fascination with Gypsy Music in the 19th Century. International Review of the Aesthetics and Sociology of Music, v. 43, n. 2, p.325-341, 2012.
PRITCHETT, James. The music of John Cage. Cambridge University Press, 1996.
TAYLOR, Alan. ‘Collaboration’ in Contemporary Music: A Theoretical View. Contemporary Music Review, v. 35, p.1-17, 2017. DOI: https://doi.org/10.1080/07494467.2016.1288316
WHITTALL, Arnold. Composer-performer collaborations in the long twentieth century. In: CLARKE, E. DOFFMAN, M. (Org). Distributed Creativity: Collaboration and Improvisation in Contemporary music. New York: Oxford University Press, 2017, p.21-36. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780199355914.003.0002
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Daniel Pizaia, Fabio Furlanete
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.