Evidências das intervenções musicais para pessoas com o transtorno do espectro autista
DOI:
https://doi.org/10.33871/2317417X.2020.12.1.3532Resumo
O presente artigo visa analisar os estudos que sustentam as intervenções musicais para pessoas com Transtorno do Espectro Autista presentes nos relatórios internacionais do National Professional Development Center on Autism Spectrum Disorder (NPDC, 2014) e do National Autism Center (NAC, 2015), comprometidos com a realização de metanálises a fim de averiguar intervenções baseadas em evidências para pessoas com esse diagnóstico. A metodologia, de cunho qualitativo e bibliográfico, compreendeu a análise descritiva das nove pesquisas sobre intervenções musicais agrupadas pelas duas principais agências internacionais que sintetizam as Práticas Baseadas em Evidências para identificar o nível dessas evidências e como chegaram aos resultados reportados. Conclui-se que as intervenções musicais se constituem atualmente como práticas emergentes no tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, com dados promissores de sua efetividade. Ainda necessitam mais estudos com rigor metodológico, tanto estudos de caso quanto metanálises, maior número de participantes nas pesquisas e ampliação dos critérios utilizados incluindo publicações em outras línguas, que não o inglês.
Downloads
Referências
th World Congress of Music Therapy (WCMT). <https://www.musictherapy.org/>. Último acesso em 15 de fevereiro de 2019.
Associação de Musicoterapia do Rio Grande do Sul (AMT-RS). <http://www.amt-rs.com.br/Musicoterapia/>. Último acesso em 15 de fevereiro de 2019.
Associação Psiquiátrica Americana (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5. Ed. Traduzido para o português por Maria Inês Corrêa Nascimento et al. Revisão técnica de Aristides Volpato Cardioli et al. Porto Alegre: Artmed, 2013.
BENITEZ, Priscila; DOMENICONI, Camila. Capacitação de agentes educacionais: proposta de desenvolvimento de estratégias inclusivas. Rev. Bras. Ed. Esp., Marília, v. 20, n. 3, p. 371-386, Jul.-Set., 2014.
BERGER, Dorita. Kids, music "˜n"™ autism. Jessica Kingsley Publishers, 2016. 170p.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da educação superior 2017. Brasília, DF: MEC, 2017.
BRUSCIA, Keneth. E. Definindo Musicoterapia. Terceira edição. Dallas, Barcelona Publishers: 2016.
CAMPOS, Larriane; FERNANDES, Fernanda. School profile and language and cognitive abilities of children and adolescents with autism spectrum disorders. CoDAS [online]. 2016, vol.28, n.3, pp.234-243. Epub 16-Jun-2016. ISSN 23171782. http://dx.doi.org/10.1590/2317-1782/20162015023.
Center of Disease Control and Prevention. Disponível em <http://www.cdc.gov>. Último acesso em 15 de fevereiro de 2019.
CHRISTOPHE, Micheline. et al. Educação baseada em evidências: como saber o que funciona em educação. Brasília: Instituto Alfa e Beto, 2015. 247p.
EDGERTON, Cindy Lu. The effect of improvisational music therapy on the communicative behaviors of autistic children. Journal of Music Therapy, 1994, 31, 81-93.
GALVíO, Cristina Maria et al. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enfer USP, 2003; 37(4): 43-50.
GOLD, Christian; VORACEK, Martin; WIGRAM, Tony. Effects of music therapy for children and adolescents with psychopathology: A metaanalysis. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 2004, 45(6), 1054-1063.
GOMES, Hendy Ana Oliveira. TEA e educação musical. IX Encontro Regional Sudeste da ABEM Educação musical: formação humana, ética e produção de conhecimento. Vitória, 15 a 17 de outubro de 2014.
GUNTER, Phil et al. The reduction of aberrant vocalizations with auditory feedback and resulting collateral behavior change of two autistic boys. Behavioral Disorders, 1984, 9(4), 254-263.
KERN, Petra; ALDRIDGE, David. Using embedded music therapy interventions to support outdoor play of young children with autism in an inclusive community-based child care program. Journal of Music Therapy, 2006, 43(4), 270-294.
KERN, Petra, WAKEFORD, Lin, ALDRIDGE, David. Improving the performance of a young child with autism during self-care tasks using embedded song interventions: A case study. Music Therapy Perspectives, 2007a, 25, 43-51.
KERN, Petra, WOLERY, Mark, ALDRIDGE, David. Use of songs to promote independence in morning greeting routines for young children with autism. Journal of Autism and Developmental Disorders, 2007b, 37(7), 1264- 1271.
KRISHNAN, Arjun et al. Genome-wide prediction and functional characterization of the genetic basis of autism spectrum disorder. Nature Neuroscience. November: 19(11):1454-1462, 2016.
MAGEE, Wendy.; STEWART, Lauren. The challenges and benefits of a genuine partnership between Music Therapy and Neuroscience: a dialog between scientist and therapist. Front. Hum. Neurosci. 9:223, 2015. Doi: 10.3389/fnhum.2015.00223.
National Autism Center (NAC). Evidence-based practice and autism in the schools. Randolph, MA, 2nd ed., 2015.
National Autism Center (NAC): <http://www.nationalautismcenter.org> Último acesso em 15 de fevereiro de 2019.
National Professional Development Center on Autism Spectrum Disorder (NPDC). Disponível em: <http://autismpdc.fpg.unc.edu> . Último acesso em 15 de fevereiro de 2019.
NOBRE, Douglas Vizzu et al. Respostas Fisiológicas ao Estímulo Musical: Revisão de Literatura. Rev Neurocienc 2012; 20(4):625-633.
ORR, Tracy; MYLES, Brenda; CARLSON, Judith. The impact of rhythmic entrainment on a person with autism. Focus on Autism and Other Developmental Disabilities, 1998, 13(3), 163-166.
PASIALI, Varvara. The use of prescriptive therapeutic songs in a home-based environment to promote social skills acquisition by children with autism: Three case studies. Music Therapy Perspectives, 2004, 22(1), 11-20.
PEGORARO, Luciane da Costa. A música como intervenção neuropsicológica no tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA): Uma visão crítica da literatura. Artigo apresentado como exigência parcial do Curso de Especialização em Psicologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.
SANTOS, Ana Letícia Vieiral et al. Diagnóstico precoce do TEA: dificuldades e importância. Revista Norte Mineira de Enfermagem. 4 (Edição Especial), 2015.
SRINIVASAN, Sudha; BHAT, Anajan. A review of "music and movement" therapies for children with autism: embodied interventions for multisystem development. Front Integr Neurosci. 2013; 7: 22.
TRINDADE, Nelson et al. A música como auxílio no tratamento fisioterapêutico em pacientes com TEA: estudo de caso. FisiSenectus, Unochapecó Ano 3, n. 2 - Jul/Dez. 2015 p. 3-11.
VITALIANO, Célia Regina; MANZINI, Eduardo José. A formação incial de professores para inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. In: VITALIANO, Célia Regina (Ed.). Formação de professores para inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. Londrina: EDUEL, 2010. p. 51–112.
WIMPORY, Dawn, CHADWICK, Paul, NASH, Susan. (1995). Brief report: Musical interaction therapy for children with autism: An evaluative case study with two-year follow-up. Journal of Autism and Developmental Disorders, 1995, 25(5), 541-552.
WONG, Connie et al. Evidence-based practices for children, youth, and young adults with Autism Spectrum Disorder. Chapel Hill: The University of North Carolina, Frank Porter Graham Child Development Institute, Autism Evidence-Based Practice Review Group, 2014.