Mulheres no samba: o que dizem produções acadêmicas recentes?

Autores

  • Yanne Angelim Dias Universidade Federal de Sergipe
  • Maria Zelma de Araújo Madeira Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9936

Palavras-chave:

Samba, mulheres no samba, samba no Nordeste

Resumo

Neste artigo abordamos sobre a participação das mulheres no samba, considerando suas principais expressões e particularidades. Realizamos um levantamento bibliográfico das produções científicas disponíveis na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações sobre o tema. O estudo revela a relevante e histórica participação das mulheres – principalmente das mulheres negras – no samba. Protagonizam ações que envolvem música, religiosidade e dança, aspectos indissociáveis do samba como parte da cultura africana reinventada no Brasil a partir da diáspora, como expressão cultural afro-brasileira. Esse protagonismo sofre invisibilidade na historiografia do samba, sobretudo em relação ao fazer musical (execução de instrumentos e exercício composicional). No samba, que também é produto das relações sociais, as mulheres sofrem o peso das desigualdades de sexo/gênero, raça e classe social – inclusive, a divisão sexual e racial das atividades – e, ao mesmo tempo, a elas resistem. A historiografia do samba tem sido escrita majoritariamente no masculino, mas o samba não!

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Biografia do Autor

Yanne Angelim Dias, Universidade Federal de Sergipe

Assistente Social. Doutora em Serviço Social. Professora Adjunta do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas Marxistas - GEPEM/UFS, linha de pesquisa "Marxismo, Relações Sociais de Sexo/Gênero, Étnico-Raciais e de Classe". Integrante do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Afro brasilidade, Gênero e Família (NUAFRO) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Está em Estágio Pós-doutoral na UECE, com estudos sobre mulheres no samba. É cantora e compositora. Atua nos seguintes temas: Relações Sociais de Sexo/Gênero, Étnico-Raciais e de Classe; Cultura, Samba e Sociedade; Mulheres e Samba.

Maria Zelma de Araújo Madeira, Universidade Estadual do Ceará

Assistente Social. Mestre e Doutora em Sociologia. Professora do Curso de Serviço Social e do Mestrado Acadêmico em Serviço Social, Trabalho e Questão Social (MASS) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Fundadora e coordenadora do Laboratório de Afro brasilidade, gênero e família (NUAFRO/UECE). Líder do grupo de Pesquisa Relações Étnico-raciais: cultura e sociedade (UECE). É Secretária Estadual de Igualdade Racial do Ceará (2023-atual). Atua nos seguintes temas: Família, Gênero, Relações étnico-raciais, Políticas Sociais, Gestão de Políticas Públicas (Igualdade Racial e Participação Social), Assistência Social, Cultura e Religiões de Matriz Africana.

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Publicado

19.08.2025

Como Citar

Angelim Dias, Y., & de Araújo Madeira, M. Z. (2025). Mulheres no samba: o que dizem produções acadêmicas recentes?. Revista Vórtex, 13, 1–27. https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9936

Edição

Seção

Dossiê “Música e Mulheres”