A Falsa Relação Cromática: Um Dispositivo Composicional e Tropo Diegético no Renascimento Inglês
DOI:
https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9621Palavras-chave:
Falsa relação, Cross relation, English clash, English cadence, Musica poeticaResumo
Teóricos definem falsa relação como um par incongruente de notas que ocorre em vozes diferentes, implicando em uma relação de alteração cromática. Entretanto, é a falta de relação entre essas notas que origina seu nome. Documentos teóricos se referem alternadamente a este dispositivo como cross relations (simultâneas/não simultâneas), relações não-harmônicas e “English clash”. Este artigo aborda inconsistências terminológicas e a relativa imprecisão na definição dessa ferramenta compositiva. Embora o termo apresente uma definição teórica hoje, ele tem um significado retórico/diegético na tradição da musica poetica (parrhesia; licentia), conforme documentação do Cinquecento/Seicento. Ao identificar diferenças fundamentais entre as variantes da falsa relação cromática que estes termos denotam coletivamente em diálogo com modulações “normais”, este artigo distingue entre suas variantes—decorrentes de uma nova terminologia analítica: síncrona/assíncrona, direta/indireta, etc. O artigo conclui com análises de Ne irascaris domine, de William Byrd, e The Silver Swanne, de Orlando Gibbons.
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