(I)Materialismos: Grisey, Dufourt, e o limiar entre objeto e forma na música de processo

Visualizações: 31

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.3.8246

Palavras-chave:

Grisey;, Dufourt, Espectralismo, Tempo Musical, Espaço Musical

Resumo

Este artigo propõe uma investigação acerca da música dos compositores Gérard Grisey e Hugues Dufourt que se afasta da convicção preconcebida da noção de “espectralismo” enquanto a edificação de projeções e configurações de alturas derivadas do espectro harmônico. Em vez disso, concentra-se na contextualização da escrita destes compositores mediante a topologia material-forma, abordando essa relação historicamente e filosoficamente, examinando as condições que propiciaram o florescimento de suas práticas no contexto do século XX. A condensação central deste estudo é a reivindicação de que a contribuição desses compositores é apreendida de forma significativa através da consideração das noções de "dinamismo", “dimensionalidade", “processualidade” e, sobretudo, a “limiaridade” presente entre os polos espaciais (quantificáveis) e temporais (qualitativos), bem como os objetivos (acústicos) e subjetivos (perceptivos).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Austeclínio Lopes de Farias, Universidade de São Paulo

Austeclinio Lopes de Farias é bacharelado em Composição Musical na Universidade de Brasília e mestrando em Processos de Criação Musical da Universidade de São Paulo.

Tatiana Catanzaro, Universidade de Brasília

Tatiana Catanzaro é Doutora em musicologia pela Universidade de Paris IV - Sorbonne e Professora de Composição Musical e Novas Tecnologias na UnB. Atualmente, ela desenvolve um segundo doutorado, em Composição Musical e Novas Tecnologias, em Stanford University (EUA).

Referências

ADORNO, Theodor W. Aesthetic theory. Suhrkamp-Verlag Frankfurt am Main, 1970.

_____. Essays on Music. University of California Press, 2002.

_____. Filosofia da Nova Música. São Paulo: Perspectiva, 2011.

_____. Quasi una fantasia. Editora Unesp, 2018.

_____. The culture industry: selected essays on mass culture. London; New York: Routledge, 2001.

BERIO, Luciana em: MENEZES, Flo. A teoria da unidade do tempo musical de Karlheinz Stockhausen. In: Música maximalista. São Paulo: Ed. Unesp, 2006. p.264).

BORIO, Gianmario. Die positionen Adornos zur musikalischen Avantgarde zwischen 1954 und 1966. In: BOSSE, Gustav (Ed.). Adorno in seinen musikalischen Schriften. Regensburg: G. Bosse, 1987.

BOULEZ, Pierre. Apontamentos de aprendiz. São Paulo: Perspectiva, 1995.

DANTAS, Paulo. Reflexões sobre Material Musical na Composição Contemporânea: primeira etapa. ANPPOM, 2008, p.554.

CATANZARO, Tatiana. La Musique spectrale face aux apports technoscientifiques. Dissertação de Doutorado sob a supervisão de Marc Battier. Paris: Université de Paris IV – Sorbonne, 716 páginas, 2013.

CHOWNING, John M. The synthesis of complex audio spectra by means of frequency modulation. Journal of the audio engineering society, v. 21, n. 7, p. 526-534, 1973.

_____. “Fifty Years of Computer Music: Ideas of the Past Speak to the Future”. In: Kronland-Martinet, R., Ystad, S., Jensen, K. (eds) Computer Music Modeling and Retrieval. Sense of Sounds. CMMR 2007. Lecture Notes in Computer Science, vol 4969. Springer, Berlin, Heidelberg, 2008. https://doi.org/10.1007/978-3-540-85035-9_1 DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-540-85035-9_1

DUFOURT, Hugues. O artifício da escrita na música ocidental. DEBATES-Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Música, n. 1, 1997.

_____. Les bases théoriques et philosophiques de la musique spectrale. Kairos, n.21, 2003, p. 227-287.

_____. L'origine du monde: pour piano et ensemble instrumental: 2004. Lemoine, 2004.

_____. Il dinamismo genetico del materiale musicale e il suo movimento generatore di spazio. M/R XXVI77. Musica/Realtá, 2005.

_____. IN: A Música Como Síntese e Autogênese - Entrevista Com Hugues Dufourt, 2009. Disponível: <https://www.allaboutjazz.com/musica-come-sintesi-e-autogenesi-intervista-a-hugues-dufourt-by-aaji-staff?pg=2>. Acesso: 25/08/2023.

_____. Les paradigmes du processus et du matériau et leurs crises dans la musique occidentale. Cites, n. 3, 2012.

_____. MUSIQUE SPECTRAL - An interview with Hugues Dufourt. Youtube, 22/04/2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watchv=DAodO5qkHfg&t=1766s>. Acesso em: 20/08/2023.

DUFOURT, Hugues. Gérard Grisey: La fonction constituante du temps. Musicae Scientiae, v. 8, n. 1_suppl, 2004. DOI: https://doi.org/10.1177/10298649040080S105

GREENBERG, Clement. Pintura modernista. Clement Greenberg e o debate crítico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

GRISEY, Gérard. La musique: le devenir des sons. Darmstädter Beiträge zur Neuen Musik, v. 21, 1982.

_____. Nota de programa de Tempus Ex Machina (1979) redigida por Gérard Grisey. Disponível em: <https://brahms.ircam.fr/en/works/work/8974/#program>. Acesso em: 30 ago. 2023

_____. Tempus ex Machina: A composer's reflections on musical time. Contemporary music review, v. 2, n. 1, p. 239-275, 1987. DOI: https://doi.org/10.1080/07494468708567060

KALTENECKER, Martin. Parcours de l’oeuvre. Disponível no site do compositor em IRCAM: <http://brahms.ircam.fr/composers/composer/1167/workcourse/#parcours>, 2011.

KONSTELANETZ, R. Conversations avec John Cage. Paris: Syrtes, 2000.

LIGETI, György. Neuf essais sur la musique. Genève: Contrechamps Éditions, 2001.

LYOTARD, J.F. Des Dispositifs Pulsionneles. Paris: Chr. Bourgouis, 1980.

PIRES, Carlos. Alfredo Volpi e a modernização precária. Novos estudos CEBRAP, v. 37, p. 148, 2018. DOI: https://doi.org/10.25091/S01013300201800010007

RISSER, J.C.; WESSEL, D. Exploration of timbre by analysis and synthesis, em: The Psychology of Music (Ed. Deutsch), New York, Academic Press, pp. 317-342. 1982. DOI: https://doi.org/10.1016/B978-0-12-213562-0.50006-1

SAFATLE, Vladmir. Fetichismo e mimesis na filosofia da música adorniana. Discurso, n. 37, 2007. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-8863.discurso.2007.62950

_____. Morton Feldman como crítico da ideologia: Uma leitura política de Rothko Chapel. Revista Dissertatio de Filosofia, v. 42, p. 11-26, 2015. DOI: https://doi.org/10.15210/dissertatio.v42i0.8449

_____. Fetichismo e mimesis na filosofia da música adorniana. Porto Alegre: Discurso, n. 37, 2007.

SOCHA, Eduardo. Adorno e a morfologia do tempo musical de Karlheinz Stockhausen. Em: Clovis Salgado Gontijo; José Antônio Baêta Zille. (Org.). Os filósofos e seus repertórios. 1ed. Belo Horizonte: Editora UEMG, v. 5, 2019.

_____. Música informal: perspectivas atuais do conceito adorniano. Kriterion: Revista de Filosofia, v. 59, p. 149, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-512x2017n13907es

_____. O problema da forma na música contemporânea. Artefilosofia, v. 3, n. 4, 2008.

WEBER, M. Fundamentos racionais e sociológicos da música. São Paulo: Edusp. 1995

Downloads

Publicado

14.02.2024

Como Citar

Lopes de Farias, A., & Catanzaro, T. . (2024). (I)Materialismos: Grisey, Dufourt, e o limiar entre objeto e forma na música de processo. Revista Vórtex, 11(3), 1–25. https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.3.8246

Edição

Seção

Dossiê ”25 years without Gérard Grisey”

Métricas