“Nosso modelo é o som”: O espectralismo de Gérard Grisey, processos, temporalidades e influências
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https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.3.8235Palavras-chave:
Gérard Grisey, Síntese instrumental, Graus de mudança, Grau de previsibilidade, Tempo musicalResumo
A música espectral, especificamente a de Gérard Grisey, revela um universo sonoro que entrelaça as pequenas variações de suas morfologias internas, o controle do tempo musical e a emergência de fenômenos acústicos e psicoacústicos singulares. Neste artigo, indagamos se o espectralismo é um movimento de ruptura com o passado ou reorganiza processos e técnicas composicionais anteriores, especificamente da vertente da música eletrônica do Estúdio da WDR, de Colônia. Para tanto, analisamos as noções de síntese instrumental, graus de mudança e grau de previsibilidade (pré-audibilidade) de Grisey, e veremos se elas se relacionam com procedimentos similares desenvolvidos anteriormente por outros compositores. Abordamos também como essas noções são aplicadas nas obras Périodes (1974), Partiels (1975) e Modulations (1976-77). Concluímos esboçando uma articulação entre as epistemologias composicionais do serialismo integral dos anos 1950-60 e a proposta espectralista em que, apesar das diferenças, haveria uma convergência sobre o tempo musical, concebido como um fenômeno emergente decorrente da interação entre os outros parâmetros musicais.
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