Da contagem de camelos à inclusão
o ensino de matemática através da contação de histórias
DOI:
https://doi.org/10.33871/rpem.2024.13.32.9488Resumo
A contação de história tem sido muito utilizada como prática pedagógica em diversas disciplinas e componentes curriculares. O estímulo à imaginação, o desenvolvimento da oralidade e da escrita, o encantamento pela aula, a interação coletiva e, ainda, a contribuição para o desenvolvimento da criticidade, são algumas contribuições da contação de história. Em matemática, não deve ser diferente uma vez que a leitura e interpretação são imprescindíveis para a compreensão de informações matemáticas, como na resolução de problemas, por exemplo. É uma oportunidade de trabalhar e desenvolver atributos relacionados às dimensões afetivas, cognitivas, psicológicas e sociais. Assim, este artigo tem como objetivo caracterizar a contação de histórias como um recurso didático-matemático, utilizando a história contada no capítulo III do livro o Homem que Calculava, escrito por Júlio César de Mello e Souza, o Malba Tahan. Nessa perspectiva, relatamos as contribuições do autor para a educação brasileira, em especial para a Educação Matemática Inclusiva. Inicialmente, trazemos um recorte com suas principais obras e trajetória acadêmica. A pesquisa é do tipo qualitativa, utilizando como metodologia o estudo de caso. Analisamos a contação de histórias como uma ferramenta didática no processo de ensino de matemática com estudantes com deficiência intelectual matriculados nos Anos Finais de Ensino Fundamental da educação básica. Os resultados apontaram que os estudantes demonstraram um entusiasmo crescente e mantiveram alta concentração durante esse estudo, o que resultou na realização eficaz das atividades propostas ao longo da pesquisa.
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