Dá para dividir os sanduíches? Os registros de representação Semiótica e o material concreto na formação de professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/rpem.2025.14.34.10083

Resumo

Até mesmo no ensino superior, as múltiplas formas de representar frações e a diversidade de seus significados podem ser um desafio. Assim, o presente texto explora os resultados obtidos a partir de um recorte de uma sequência didática no contexto da formação de professores, aplicada em duas turmas – uma de segunda e outra de quinta fase – do curso de Licenciatura em Matemática de uma universidade pública. Os resultados foram analisados pela perspectiva da Teoria dos Registros de Representação Semiótica, do uso de material concreto no ensino e da aprendizagem de frações.  A sequência tinha como objetivo apresentar uma possibilidade para o ensino de frações com o uso de Barras de Frações (material concreto) e a Metodologia de Resolução de Problemas, além de averiguar as potencialidades e limitações do material desenvolvido. Nesse contexto, trazemos a análise dos dados coletados a partir dos recursos audiovisuais e registros escritos dos participantes, referentes ao primeiro problema gerador. Com base na análise de conteúdo de Bardin, foram delimitadas três categorias que nos possibilitaram compreender como os licenciandos transitam entre diferentes formas de registros de representação e como as Barras de Frações podem influenciar na resolução de problemas. Entre os resultados, podemos destacar que as barras serviram tanto para verificar soluções quanto para interpretar o problema. Observamos também, com exceções, que os licenciandos tinham domínio sobre procedimentos algébricos, mas tinham dificuldade na formação e na representação da situação nos outros registros.

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Biografia do Autor

Elisandra Bar de Figueiredo, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (2001), mestrado em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (2004) e doutorado em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (2008). É professora associada do Departamento de Matemática do Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade do Estado de Santa Catarina - CCT/UDESC, desenvolvendo atividades de ensino e pesquisa nas áreas de Matemática e Educação Matemática. Professora do Programa de Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional (PROFMAT). Áreas de trabalho e interesse: Tecnologia, Ensino Superior e Formação Docente.

Débora Eloísa Nass Kieckhoefel, Universidade do Estado de Santa Catarina

Licenciada (2012) e Mestra (2019) em Matemática pela Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC e Mestra em Educação Matemática pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" UNESP (2015). Professora efetiva do Departamento de Matemática da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), campus Joinville. Atualmente está envolvida em atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao uso de tecnologias e materiais concretos para o ensino de matemática.

Juliana Elisa Hänsch, Universidade do Estado de Santa Catarina

Licencianda em matemática, bolsista de Iniciação Científica da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e voluntária no programa de extensão Playground da Matemática na UDESC.

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Publicado

31-08-2025

Como Citar

Bar de Figueiredo, E., Kieckhoefel, D. E. N., & Hänsch, J. E. (2025). Dá para dividir os sanduíches? Os registros de representação Semiótica e o material concreto na formação de professores. Revista Paranaense De Educação Matemática, 14(34). https://doi.org/10.33871/rpem.2025.14.34.10083

Edição

Seção

Artigos Científicos