A vida cotidiana em artefatos da memória
DOI:
https://doi.org/10.33871/22386084.2015.4.7.38-55Resumo
O artigo se destina a pensar sobre a natureza da vida cotidiana. Como opção metodológica, são registrados relatos sobre trajes artesanais, confeccionados para pessoas comuns. No interior desses relatos, a vida cotidiana se mostra nos sentidos postos por quem narra sua experiência, sinalizando que a lembrança de alguns artefatos pode redimensionar esta vida de todos nós. Os relatos foram registrados em ação extensionista e sugeriram conexões entre os praticantes, seus afetos e redes de relações, desvelando eventos que situam os praticantes no interior dos cotidianos. De forma a transitar por uma dimensão epistemológica da vida cotidiana, o artigo também vai ao encontro de uma fabulosa veste descrita por Monteiro Lobato, o que favorece a percepção da inventividade cotidiana. O estudo aponta que a vida cotidiana, tecida em diferenciações sutis e não lineares, é fartamente conhecida a partir do que nela é projetado, e pouco observada nas tramas que ocorrem nas frestas da regulação.