O pensamento matemático e a formação da identidade cultural: ressonâncias e consonâncias

Autores

  • Maria do Carmo Santos Domite Universidade de São Paulo (USP)
  • Júlio César Augusto do Valle Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.33871/22386084.2015.4.7.127-139

Resumo

Esse estudo objetiva refletir sobre a relação existente entre a formação da identidade cultural e a construção do pensamento matemático escolar. É necessário, para isso, reconhecer como problemática inicial a aparente artificialidade com a qual a matemática escolar (ou acadêmica) se apresenta. Tal problemática parece se agravar quando pesquisadores constatam a constante fragmentação da identidade cultural dos indivíduos na pós-modernidade, conduzindo à reflexão da seguinte questão: em que medida a escola ou, mais especificamente, a matemática escolar estaria contribuindo para essa fragmentação? Sobre essa questão, a Etnomatemática tem formulado respostas bastante relevantes por sugerir que existem saberes e modos de pensar a matemática produzidos às margens das salas de aula que não são levados em consideração na construção do conhecimento matemático escolar. Buscar identificar, consolidar e legitimar tais conhecimentos tem sido, sob essa perspectiva, um dos principais objetivos da Etnomatemática que pretende uma verdadeira recuperação/restauração da dignidade cultural do ser humano. Espera-se, finalmente, que, ao promover essa reflexão, seja possível estabelecer relações íntimas entre a construção do pensamento matemático escolar e a formação da identidade cultural, a fim de que a matemática escolar possa colaborar na formação de identidades culturais legítimas e, sobretudo, isentas de tanta fragmentação.

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Publicado

2020-10-14

Edição

Seção

Artigos de fluxo contínuo