REPRESENTAÇÕES E IDENTIDADES JUVENIS NA SOCIEDADE ATUAL: PADRONIZAÇÕES E ESTEREÓTIPOS
DOI:
https://doi.org/10.33871/22386084.2021.10.19.41-57Palavras-chave:
Dialogismo. Juventudes. Identidade. Protagonismo.Resumo
A partir de uma abordagem interdisciplinar, que coaduna interpretações da sociologia, da antropologia, da filosofia e do dialogismo do círculo russo de Bakhtin, nosso objetivo consiste em analisar um artigo intitulado “Os jovens nem nem” publicado na revista “Istoé” online, que mobiliza um discurso sobre os jovens que não estudam e também não trabalham. Na análise do enunciado, buscamos compreender como ele reflete e refrata valorações próprias de partidas ideológicas que buscam analisar o papel social do jovem a partir de uma interpretação de base socioeconômica. Os conceitos de signo ideológico, palavra, ideologia, e consciência socioideológica são mobilizados na análise, na medida em que entendemos que o enunciado é constituído por valorações que sustentam relações sociais, interpretações de mundo e das vivências, sempre a partir de posicionamentos ideológicos. Como resultado, apresentamos a importância do dialogismo na análise dos discursos que ecoam perspectivas sócio-históricas, culturais e ideológicas sobre a temática das juventudes, a destacar como fundamental a presença de vozes sociais e valores que servem a representações refratárias, ou à multiplicidade de identidades e trajetórias dos jovens, de modo a clarificar como os discursos constituem e ao mesmo tempo são constituídos pelas relações sociais, sendo sua interpretação subsidiária de prospecções e rupturas de ordens instaladas.