Quem tem medo do Queer? Quando a potência política da arte cede à cafetinagem
DOI:
https://doi.org/10.33871/22386084.2020.9.18.92-110Resumo
Este artigo insere-se no campo das micropolíticas e das posições de censura imanentes em um contexto político mais amplo, o do inconsciente colonial-capitalístico. Analisa-se, aqui, a captura do desejo de criação, considerando a censura no campo da arte ocorrida no ano de 2017 com a exposição Queermuseu, suspensa em Porto Alegre, após protestos contra o Santander Cultural. Mergulhou-se nos discursos, obras e relações inscritas no percurso do olhar opressor sobre as artes queer, e as relações crescentes de um desejo arcaico, mas, ao mesmo tempo, recente, entre neoliberalismo e conservadorismo que assolam o contexto brasileiro. A materialidade discursiva presente em Queermuseu pode seduzir para a quebra de transe do inconsciente colonial-cafetinístico, e sobre isso elucidamos as práticas de censura e denunciamos os discursos que permeiam nossa realidade.