Poder e resistência em práticas discursivas e sociais de mulheres indígenas da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.33871/22386084.2020.9.17.78-95Abstract
Indivíduos falantes de línguas diferentes carregam consigo bagagens sociais, culturais, étnicas e representações de mundo e do outro muitas vezes divergentes. As relações que eles estabelecem com a sociedade envolvente são constituídas por uma rede complexa e dinâmica de regras e de convenções que ultrapassam o indivíduo e os determina com intensidade. Quando confrontados, produzem métodos e estratégias discursivas para garantir a aquisição de outra língua e a própria existência. O objetivo deste estudo é analisar como duas mulheres indígenas, Wai-wai (PA) e Apinayé (TO), expressam poder e resistência em práticas discursivas e sociais para garantir conhecimentos e a aquisição de uma segunda língua. Trata-se de um estudo com enfoque na Análise Crítica do Discurso, a partir de aproximações com as correntes teóricas Pós-Colonial e Decolonial, no que toca à crítica epistemológica. Os resultados mostram que os fatores linguísticos não podem ser compreendidos isolados dos embates sociais, uma vez que a violência, o racismo, os preconceitos e as intolerâncias contra as mulheres indígenas decorrem do grau de diferença e das relações de poder entre as culturas e línguas. Fica evidente nas suas práticas sociais e discursivas um lugar de posição de poder e resistência, mobilizados pelas necessidades de inserção social.
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