Metodologias ativas e formação ética no contexto do novo paradigma tecnológico: experiências de docentes da Universidade Estadual do Paraná – Unespar
DOI:
https://doi.org/10.33871/22386084.2020.9.17.475-510Resumo
Este artigo apresenta dados de pesquisa de pós-doutorado que estudou o uso de metodologias ativas por docentes da Universidade Estadual do Paraná. Foram utilizados questionários online individuais com perguntas a docentes de cada campus da instituição. Consideramos que as metodologias ativas podem ser conjugadas com as tecnologias e entendidas como oportunidade de inserir, no contexto do Ensino Superior, a preocupação com a formação ética de estudantes. Os resultados mostraram uma maior ocorrência da formação ética nas aulas em que havia uso de metodologias ativas. Além disso, mais da metade dos(as) docentes participantes da pesquisa afirmaram conhecer e utilizar metodologias ativas e quase a totalidade declarou utilizar também tecnologias em classe. Entretanto, ao descreverem uma de suas aulas, 58,3% dos docentes não apresentaram características das metodologias ativas e nem uso de tecnologias. Os dados sugerem que os(as) docentes compreendem a importância e desejam fazer uso de tecnologias e de metodologias ativas, considerando sobretudo a necessidade de formação ética dos futuros profissionais. Por outro lado, as aulas descritas nem sempre concretizam esse desejo. Considerando que o corpo docente da Unespar é jovem e está em formação, os dados nos ajudam a entender que propor o uso de metodologias ativas contemplando uma formação voltada para vivências morais – especialmente no contexto tecnológico que marca a sociedade contemporânea – exige um investimento não somente formação continuada como também em formação inicial, além da necessidade de pensar em um enfrentamento de crenças e concepções pessoais que incidem sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas nas salas de aula do Ensino Superior.