Aportes a um processo colaborativo de criação musical

criação de performances a partir de livre improvisação - vias de acesso a um corpo improvisador

Resumo

Este artigo reflete sobre experiências em improvisação e criação musical a partir de provocações da subjetividade, reportando-se a experiências e ideias provindas de áreas diversas, entre elas a improvisação livre, técnicas teatrais de improvisação e preparação do ator, e aportes da dança e das artes do corpo. Parte também de minha prática como artista-pesquisador-docente, na investigação de processos de criação coletiva-colaborativa. Reporta algumas dessas experiências, no plano de seus procedimentos, da recepção das mesmas pelo público e do registro pessoal dos artistas participantes, propondo uma prática musical aberta, que enquanto investe no mergulho intuitivo do corpo, da voz e dos instrumentos no espaço, promove a consciência de processo no grupo, configurando-se portanto e também, como uma investigação sobre a pedagogia dos processos criativos coletivos e colaborativos.  Esses processos híbridos de criação musical agem através dos corpos que se colocam em estado de jogo. Corpo, presença, som, voz, espaço, gesto, movimento guiam o caminho pelo qual memórias, sensações, emoções, afetos, sentimentos, imagens, ideias encontram forma na efemeridade da improvisação. É necessário o envolvimento total do corpo/sujeito para que isso aconteça. O público é parte integrante e fundamental da proposta, pois se trata de comunicação da presença e do instante.

Palavras-chave: processos colaborativos de criação musical; música e subjetividade; improvisação livre; música e hibridismo.