(I)Materialismos: Grisey, Dufourt, e o limiar entre objeto e forma na música de processo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.3.8246

Palavras-chave:

Grisey;, Dufourt, Espectralismo, Tempo Musical, Espaço Musical

Resumo

Este artigo propõe uma investigação acerca da música dos compositores Gérard Grisey e Hugues Dufourt que se afasta da convicção preconcebida da noção de “espectralismo” enquanto a edificação de projeções e configurações de alturas derivadas do espectro harmônico. Em vez disso, concentra-se na contextualização da escrita destes compositores mediante a topologia material-forma, abordando essa relação historicamente e filosoficamente, examinando as condições que propiciaram o florescimento de suas práticas no contexto do século XX. A condensação central deste estudo é a reivindicação de que a contribuição desses compositores é apreendida de forma significativa através da consideração das noções de "dinamismo", “dimensionalidade", “processualidade” e, sobretudo, a “limiaridade” presente entre os polos espaciais (quantificáveis) e temporais (qualitativos), bem como os objetivos (acústicos) e subjetivos (perceptivos).

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Biografia do Autor

Austeclínio Lopes de Farias, Universidade de São Paulo

Austeclinio Lopes de Farias é bacharelado em Composição Musical na Universidade de Brasília e mestrando em Processos de Criação Musical da Universidade de São Paulo.

Tatiana Catanzaro, Universidade de Brasília

Tatiana Catanzaro é Doutora em musicologia pela Universidade de Paris IV - Sorbonne e Professora de Composição Musical e Novas Tecnologias na UnB. Atualmente, ela desenvolve um segundo doutorado, em Composição Musical e Novas Tecnologias, em Stanford University (EUA).

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Publicado

14.02.2024

Como Citar

Lopes de Farias, A., & Catanzaro, T. . (2024). (I)Materialismos: Grisey, Dufourt, e o limiar entre objeto e forma na música de processo. Revista Vórtex, 11(3), 1–25. https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.3.8246

Edição

Seção

Dossiê ”25 years without Gérard Grisey”