A influência do timbre instrumental na percepção de melodias tonais
Visualizações: 89DOI:
https://doi.org/10.33871/23179937.2023.11.3.8209Palavras-chave:
Timbre instrumental, Percepção melódica, Concentração na escuta, Teoria do Fluxo, Percepção MusicalResumo
Este texto é parte de uma pesquisa de Mestrado em Música, cujo objetivo foi investigar se o timbre do instrumento principal de estudantes de música facilita a percepção melódica (tonal), utilizando como parâmetro a observação do estado de concentração, sob a ótica da Teoria do Fluxo. Com abordagem qualitativa, a pesquisa teve como sujeitos 17 alunos de três conservatórios públicos de música do Paraná. Eles fizeram exercícios de percepção melódica gravados com o seu timbre instrumental (TIP) e com outros timbres (OTI), e preencheram a escala DFS-2, que auxiliou na verificação da relação com a concentração. Os resultados, embora não generalizantes, apontam que o TIP pode gerar facilidade na percepção de melodias tonais e uma maior, melhor e mais contínua concentração na escuta em direção ao Fluxo. As contribuições destes resultados possibilitam estudantes e professores de música a dialogarem com mais embasamento sobre o uso da diversidade timbrística no processo de desenvolvimento da escuta.
Downloads
Referências
ANDRADE, Jessé Meier de. Seu instrumento musical pode facilitar a percepção de melodias? A influência do timbre instrumental e a Teoria do Fluxo na percepção musical. Dissertação (Mestrado em Música). Universidade Estadual do Paraná, Curitiba PR, 2021.
ARAÚJO, Rosane Cardoso de. Experiência do fluxo na prática e aprendizagem musical. Música em Perspectiva, Curitiba, v. 1, n. 2, p. 39-52, 2008. DOI: https://doi.org/10.5380/mp.v1i2.19491
________________________. Crenças de autoeficácia e teoria do fluxo na prática, ensino e aprendizagem musical. Percepta - Revista de Cognição Musical, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 55-66, novembro 2013. ISSN 2318-891X. DOI: https://doi.org/10.34018/2318-891X.1(1)55-66
BADDELEY, Allan; EYSENCK, Michael; ANDERSON, Michael. Memory. 3ª. ed. Hove/Nova Iorque: Psychology Press, 2020. ISBN 978-0-429-44964-2.
BIGAND, Eduardo. Ouvido afinado. Revista Viver Mente e Cérebro, v. 14, p. 58-63, 2005.
BREGMAN, Albert. Auditory scene analysis: The perceptual organization of sound. Cambridge: MIT Press, 1990. DOI: https://doi.org/10.7551/mitpress/1486.001.0001
CAREGNATO, Caroline. Memorização, Percepção Musical e Cognição. Revista Vórtex, Curitiba, v. 5, n. 3, p. 1-19, 2017. DOI: https://doi.org/10.33871/23179937.2017.5.3.2158
CORREIA, Samantha de Souza Costa et al. Long Dispositional Flow Scale (DFS-2) General: Adaptation to and Validation for Brazilian Portuguese. Trends in Psychology, v. 28, p. 419-436, September 2020. Disponivel em: <https://doi.org/10.1007/s43076-020-00028-0>. Acesso em: 24 Janeiro 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s43076-020-00028-0
CSIKSZENTMIHALYI, Mihalyi. A psicologia da felicidade. São Paulo: Saraiva, 1992.
___________________________. A descoberta do fluxo: Psicologia do envolvimento com a vida cotidiana. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
___________________________. Beyond, Boredom and Anxiety: experiencing flow in work and play. San Francisco: Jossey-Bass, 2000.
___________________________. Flow: the psychology of optimal experience. New York: Harper Perennial Modern Classics, 2008.
CUSTODERO, Lori Almeida. Buscando desafios, encontrando habilidades: a experiência do fluxo e a educação musical. In: ILARI, B. S. Em busca da mente musical: ensaios sobre os processos cognitivos em música - da percepção à produção. Curitiba: Ed. da UFPR, 2006. Cap. 11, p. 454.
DEUTSCH, Diana. The Psychology of Music. 3ª. ed. San Diego: Academic Press, 2013.
ENGELMANN, Arno. A psicologia da Gestalt e a Ciência Empírica Contemporânea.. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, jan-abr 2002. 01-16. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-37722002000100002
GIBBS, Raymond. W. Jr. Enbodiment and cognitive science. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.
GODINHO, José Carlos. O corpo na aprendizagem e na representação mental da música. In: ILARI, B. S. Em busca da mente musical: ensaios sobre processos cognitivos em música - da percepção à produção. Curitiba: Ed. da UFPR, 2006. p. 454.
GOMES, Simone Salvador. Quando o jogo flui: uma investigação sobre a Teoria do Fluxo no voleibol (Dissertação de Mestrado). Juiz de Fora: Universidade Federal de Juiz de Fora - Programa de Pós Graduação em Educação Física, 2010.
GONZÁLEZ, Mónica Balo; CASTRO, Pilar Lago; BARRANCO, Luis Ponce de León. La diversidad tímbrica en el dictado musical a dos voces como estrategia para. Revista Electrónica de Música en la Educación, v. 36, p. 1-16, Dezembro 2015. ISSN 1575-9563. Disponivel em: <http://musica.rediris.es/leeme>. Acesso em: 11 dezembro 2020.
HALPERN, Andrea; MÜLLENSIEFEN, Daniel. Effects of timbre and tempo change on memory for music. The Quarterly Journal of Experimental Psychology, v. 61, n. 9, p. 1371-1384, 2007. DOI: https://doi.org/10.1080/17470210701508038
HINTON, Dallas Elton. The effect of different musical timbres on students identification of melodic intervals. Vancouver: (Tesis Doctoral) Educational Research Institute of British Columbia, 1982. Disponivel em: <http://eric.ed.gov/?id=ED220380>. Acesso em: 10 dezembro 2020.
JACKSON, Suzan; EKLUND, Robert. The flow scales manual. Morgantown: Fitness Information Technology, 2004.
JAMIESON, Susan. Likert scales: how to (ab)use them. Medical Education, v. 38, n. 12, p. 1217-1218, 2004. Disponivel em: <http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.474.608&rep=rep1&type=pdf>. Acesso em: 16 fevereiro 2021. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1365-2929.2004.02012.x
KAMEI, Helder Hiroki. Flow: o que é isso? Um estudo psicológico sobre experiências ótimas de fluxo na consciência, sob a perspectiva da Psicologia Positiva. Dissertação (Mestrado em Psicologia da USP). São Paulo, p. 345. 2010.
KELLER, Johannes; LANDHÄUBER, Anne. The Flow Model Revisited. In: ENGESER, Stefan. Advances in Flow Research. New York: Springer, 2012. p. 51-64. DOI: https://doi.org/10.1007/978-1-4614-2359-1_3
LANGE, Kathrin; CZERNOCHOWSKI, Daniela. Does this sound familiar? Effects of timbre change on episodic retrieval of novel melodies. Acta Psychologica, v. 143, p. 136-145, April 2013. Disponivel em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.actpsy.2013.03.003>. Acesso em: 29 jun. 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.actpsy.2013.03.003
LEHMANN, Andreas C.; SLOBODA, John A.; WOODY, Robert H. Psychology for Musicians: Understanding and Acquiring the Skills. New York: Oxford University Press, 2007. DOI: https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780195146103.001.0001
LEVITIN, Daniel. Em busca da mente musical. In: (ORG.), B. S. I. Em busca da mente musical: ensaios sobre os processos cognitivos em música - da percepção à produção. Curitiba: Ed. da UFPR, 2006. p. 454.
LIMA, Letícia Dias de. Percepção musical e cognição: abordagem de aspectos rítmicos no treinamento auditivo. São Paulo: Dissertação (Mestrado em Música) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Instituto de Artes, 2018.
LOUREIRO, Maurício Alves; PAULA, Hugo Bastos de. Timbre de um instrumento musical: caracterização e representação. Per Musi - Revista Acadêmica de Música, Belo Horizonte, v. 14, p. 57-81, jul - dez 2006. Disponivel em: <http://musica.ufmg.br/permusi/permusi/port/numeros/14/num14_cap_05.pdf>. Acesso em: 03 Novembro 2019.
MADALOZZO, Tiago. A prática criativa e a autonomia musical infantis: sentidos musicais e sociais do envolvimento de crianças de cinco anos de idade em atividades de musicalização. Curitiba: (Tese de Doutorado em Música) - Universidade Federal do Paraná, 2019.
MARVIN, Elizabeth West; BRINKMAN, Alexander. The effect of the key color and timbre on absolute pitch recognition in musical context. Music Perception: an interdisciplinary, v. 18, n. 2, p. 111-137, 2000. DOI: https://doi.org/10.2307/40285905
MELARA, Robert D.; MARKS, Lawrence E. Interaction among auditory dimensions: Timbre, pitch, and loudness. Perception & Psychophysics, v. 48, p. 169-178, 1990. DOI: https://doi.org/10.3758/BF03207084
NOGUEIRA, Marcos. A semântica do entendimento musical. In: ILARI, B. S.; ARAÚJO, R. C. D. Mentes em música. Curitiba: Ed. UFPR, 2010. p. 206.
PRIVETTE, Gayle. Peak experience, peak performance, and flow: A comparative analysis of positive human experiences. Journal of Personality and Social Psychology, Washington, v. 45, n. 6, p. 1361-1368, 1983. DOI: https://doi.org/10.1037//0022-3514.45.6.1361
RADVANSKY, Gabriel A.; POTTER, Julie K. Source cuing: Memory for melodies. Memory and Cognition, v. 28, n. 5, p. 693-699, 2000. Disponivel em: <https://link.springer.com/article/10.3758/BF03198403>. Acesso em: 04 março 2021. DOI: https://doi.org/10.3758/BF03198403
SCHELLENBERG, Glenn; TREHUB, Sandra. Good pitch memory is widespread. Psychological Science, v. 14, p. 262-266, 2003. DOI: https://doi.org/10.1111/1467-9280.03432
SEDLÁR, Matin. Relationships between Flow Experience, Life Meaningfulness and Subjective Well-being in Music Students. Psychologie a jeji kontexty, v. 5, n. 1, p. 89-104, 2014.
SNYDER, Bob. Music and Memory: An Introduction. Cambridge/Londres: The MIT Press, 2000.
STOCCHERO, Mariana de Araújo. Experiências de fluxo na Educação Musical: um estudo sobre motivação. Dissertação (Mestrado - Universidade Federal do Paraná). Curitiba, p. 134. 2012.
TAUBE, Geraldo Gabriel. El timbre musical y su incidencia en la decodificación de secuencias. Revista Iberoamericana de Educación, 2006. ISSN 1681-5653. DOI: https://doi.org/10.35362/rie3812671
TONI, Anderson. A relação entre emoção e engajamento em aulas de prática em conjunto. Curitiba: (Dissertação de Mestrado em Música) - Universidade Federal do Paraná, 2020.
TRAINOR, Laurel; WU, Luann; TSANG, Cristine. Long-term memory for music: infants remember tempo and timbre. Developmental Science, p. 289-296, 2004. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-7687.2004.00348.x
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Jessé Meier de Andrade, Cristiane Hatsue Vital Otutumi
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.