Pedagogia do Piano e a Ciência: Trajetória, Conquistas e Continuidade

Autores

  • Alfeu Rodrigues de Araújo Filho Universidade Estadual de Maringá

DOI:

https://doi.org/10.33871/23179937.2021.9.3.13

Palavras-chave:

Estudo de Piano, Prática Qualitativa, Reflexão Crí­tica, Ciência, Mutação

Resumo

Em pleno século XXI, na tradição das práticas interpretativas, a ideia do talento ainda é uma realidade. Como consequência, a metodologia ofertada, muitas vezes, confia no insistente número de repetições para obter resultados qualitativos. A contrariedade é que esta ação enfatiza o comportamento quantitativo, desprovido de reflexão e organização consciente. Esta investigação tem como objetivo apresentar a trajetória de conquistas da ciência sobre a pedagogia do piano, assim como traçar um grupo de ferramentas baseada na conscientização de processos para o estudo/aprendizado, atribuindo foco na dualidade: tempo x resultados. A fundamentação teórica apresenta, como suporte principal, professores/pianistas nacionais que deixaram um importante legado para o estudo pianí­stico com premissas cientí­ficas, enfraquecendo o mito do inatismo: Antonio Sá Pereira (1888-1966), José Alberto Kaplan (1935-2009) e Scheilla Glaser (s/d). Trata-se de uma pesquisa de caráter bibliográfico, enfatizando a importância da mutação e, consequentemente, das reais conquistas na trajetória da execução do piano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alfeu Rodrigues de Araújo Filho, Universidade Estadual de Maringá

Alfeu Araújo é Doutor em Música (2011), Mestre em Artes (1996) e Bacharel em Música (1989) pela Unicamp. Atualmente é professor efetivo de piano da Universidade Estadual de Maringá (UEM); professor credenciado no Programa de Pós-Graduação em Música – PMU/UEM; coordenador do Projeto de Extensão PIN e membro do Grupo de Pesquisa "Problemas da Interpretação". Possui experiência na área de Artes, atuando como: docente, pianista e pesquisador. Dentre as ações administrativas na UEM, exerceu o cargo de Coordenador do Curso de Artes Cênicas (2016/2019) e, atualmente, é chefe adjunto do Departamento de Música e Artes Cênicas (DMC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7221-6503

Referências

ALVES, Rubem. Conversas com que gosta de ensinar. Campinas: Papirus, 2002.

AZZI, Roberta Gurgel; BASQUERIA, Ana Paula; TOURINHO, Ana Cristina Gama dos Santos. Ensino na perspectiva da Teoria Social Cognitiva: discussões iniciais a partir do ensino de música. Revista da ABEM, Londrina Vol. 24, Nº 36, P. 105-115, 2016.

BARROS, Luí­s Cláudio. A pesquisa empí­rica sobre o planejamento da execução instrumental: uma reflexão crí­tica do sujeito de um estudo de caso. Tese de Doutorado: Música. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2008.

BRAGAGNOLO, Bibiana; GUIGUE, Didier. Análise da sonoridade e Ressonâncias de Marisa Rezende: uma abordagem a partir da performance. Opus, Belo Horizonte (Online) Vol. 23, nº3, p.222-253, 2017.

COOKE, James Francis. Great Pianists on piano playing. New York: Dover Publications, 1999.

COSTA, Mirna Azevedo. Aprendizagem e transferência de habilidades motoras no ensino de piano funcional em grupo. Orfeu, Florianópolis (Online) Vol. 3, nº 1, p. 36-53, 2018.

DAVIDSON, Jane. Developing the Ability to Perform. In: RINK, John. (Ed.) Musical Performance: A Guide to Understanding. Cambridge: Cambridge University Press, p. 89-101, 2002.

DUARTE, Vera Lucia Cabrera. Aprendendo a aprender. Experienciar, refletir e transformar. Tese de Doutorado: Educação. São Paulo: PUCSP, 1996.

ERICSSON, K. Anders; KRAMPE, Ralph.Th.; TESCH-ROMER, Clements. The Role of Deliberate Practice in the Acquisition of Expert Performance. Psychological Review, Vol. 100, nº 3, p. 363-406, 1993.

GLASER, Scheilla. O ensino do piano erudito: um olhar Rogeriano. São Paulo: Biblioteca 24 horas, 2011.

______. Processos de ensino e aprendizagem da performance pianí­stica: um ensaio sob a perspectiva do princí­pio de continuidade de John Dewey. Revista da Abem, Londrina, Vol. 26, nº 41, p. 98-114, 2018.

GORDON, Stewart. Etudes for piano teachers: reflection on the teachers"™s art. New York: Oxford University Press, 1995.

GUEDES, Sulami Pereira. A teoria rogeriana da educação: premissas teóricas para a operacionalização da aprendizagem centrada no aluno. Dissertação de Mestrado: Educação. São Paulo: PUCSP, 1978.

HANNOUN, Hubert. A atitude não-diretiva de Carl Rogers. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.

KAPLAN, José Alberto. Teoria da Aprendizagem Pianí­stica: uma abordagem psicológica. Porto Alegre: Editora Movimento, 1987.

______. Reflexões sobre a técnica pianí­stca. João Pessoa: Editora Universitária, 1966.

______. O ensino do piano – ponderações sobre a necessidade de um enfoque cientí­fico. Rio Grande do Norte: Editora Universitária, 1976.

LACORTE, Marisa Rosana. A música como portadora de valores humanos essenciais. Dissertação de Mestrado: Música. São Paulo: Instituto de Artes – UNESP, 2003.

LIMA, Sonia Regina Albano de. Uma metodologia de interpretação musical. São Paulo: Musa Editora, 2005.

______. Performance musical em perspectiva. São Paulo: Cartago Editorial, 2019.

MANTOVANI, Michele Rosita; SANTOS, Regina Antunes Teixeira dos. Categorias Psicossensoriais da prática pianí­stica em diferentes ní­veis de expertise: perspectivas de deliberação. Opus, Belo Horizonte (Online), Vol. 24, nº 3, p. 26-54, 2018.

MENEZES, Evandro Carvalho de. Os projetos de trabalho como alternativa para aulas de música nas escolas de educação básica: um estudo de caso em uma escola do sistema privado de ensino de Belo Horizonte, MG. Tese de Doutorado: Música. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2017.

MILLAN, Marí­lia Pereira Bueno. Tempo e subjetividade no mundo contemporâneo. São Paulo: Casa do psicólogo, 2002.

MORALES, Pedro. A relação do professor-aluno. São Paulo: Loyola, 2001.

NIERI, Débora. Pianista-professor: refletindo a prática. Dissertação de Mestrado: Música. São Paulo: Instituto de Artes – UNESP, 2004.

PÓVOAS, Maria Bernadete Castelan. Desempenho pianí­stico e organização do estudo através do Rodí­zio: um sistema de treinamento baseado na distribuição e variabilidade da prática. Opus, Belo Horizonte (Online), Vol. 23, nº 1, p. 187-204, 2017.

RAY, Sonia. Estudo exploratório sobre o impacto da informação sobre psicologia da performance no ní­vel de estresse e ansiedade de músicos brasileiros. Opus, Belo Horizonte (Online), Vol. 22, nº 2, p. 3003-323, dez. 2016.

RICHERME, Claudio. A técnica pianí­stica: uma abordagem cientí­fica. São João da Boa Vista (SP): AIR Musical Editora, 1996.

ROGERS, Carl R. Tornar-se pessoa. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

ROGERS, Carl R; ROSEMBERT, Rachel. A pessoa como centro. São Paulo: E. P.U., 1977.

Sí PEREIRA, Antonio. Ensino moderno de piano. São Paulo: Ricordi, 1933.

SANTOS, Laí­s Fernandes dos; ARAÚJO FILHO, Alfeu Rodrigues. de. Em busca de um estudo eficiente e autônomo: abordagem na música e a integração através do gerenciamento de projeto. Orfeu, Florianópolis (Online), Vol. 6, n. 1, 2021.

SOARES, Leandro Taveira. Relações dialógicas e transversais entre aprendizagem autorregulada e teorias da aquisição de expertise. Percepta – Revista de Cognição Musical, Campinas, Vol. 5, nº 2, p. 93-116, 2018.

SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. Trad. Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003.

WILLIAMON, Aaron. Musical Excellence: strategies and techniques to enhance performances. New York: Oxford University Press, 2004.

VELOSO, Flávio Denis Dias; ARAÚJO, Rosane Cardoso de. A aprendizagem da performance musical na visão sociocognitiva: aportes da Abordagem Multidimensional da Autorregulação. Opus, Belo Horizonte (Online), Vol. 24, nº 3, 133-157, 2019.

ZAMBONI, Silvio. A pesquisa em arte: um paralelo entre arte e ciência. Campinas (SP): Autores Associados, 1998.

Downloads

Publicado

15.12.2021

Como Citar

de Araújo Filho, A. R. (2021). Pedagogia do Piano e a Ciência: Trajetória, Conquistas e Continuidade. Revista Vórtex, 9(3), 13. https://doi.org/10.33871/23179937.2021.9.3.13

Edição

Seção

Artigos