Do tempo medido ao tempo sentido: a rítmica de Gramani em uma perspectiva africanista
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https://doi.org/10.33871/23179937.2019.7.2.2880Resumo
Este trabalho apresenta parte da pesquisa de análise em torno dos estudos rítmicos de José Eduardo Gramani apresentados em Rítmica (1988) e Rítmica Viva (1996). Nossa hipótese é a de que o uso de ostinatos em seus Sambas se assemelha ao uso das timelines na música africana, explorando princípios da rítmica aditiva que geram motivos assimétricos e dialogam com os padrões polirrítmicos da Costa Oeste da África. Tal abordagem desses estudos dentro das perspectivas abertas pela musicologia africana nos permite traçar desdobramentos ligados à performance e à criação musical, estimulando a dissociação de movimentos, percepção e experimentação do fenômeno rítmico.Downloads
Referências
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