Mulheres sambistas: mundo do trabalho, vivências coletivas e políticas culturais

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9960

Palabras clave:

Mulheres no Samba, Grupalidade e trabalho musical, Políticas Culturais, Interseccionalidades

Resumen

O Movimento das Mulheres Sambistas (RJ) e o Coletivo Mulheres no Samba (SE) são duas experiências gregárias que, em diferentes lugares do país, se dedicam ao desenvolvimento e promoção das potencialidades femininas no samba. A partir da análise das trajetórias e dos modos de vivência coletiva das organizações, o artigo investiga como incidem no campo das políticas culturais buscando melhores possibilidades de atuação profissional. Considerando a perspectiva feminista negra interseccional, ressaltamos como raça, classe, gênero, idade e pertença territorial influenciam as possibilidades de aglutinação e as posições sociais das sambistas no mundo do trabalho. Com ênfase ao estudo do quadriênio 2020 e 2024, percebemos que a coletividade favorece que as mulheres do samba se reconheçam como trabalhadoras da música e como agentes políticas no campo da cultura.

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Biografía del autor/a

Laila Andresa Cavalcante Rosa, Universidade Federal da Bahia

Laila Andresa Cavalcante Rosa es música y Doctora en Etnomusicología por la Universidad Federal de Bahía (2009), con una beca CAPES para un doctorado sandwich de un año realizado en la New York University (Nueva York, 2007). Es Profesora Adjunta de la Escuela de Música/Programa de Posgrado en Música de la UFBA, Investigadora del Núcleo de Estudios Interdisciplinares de la Mujer - NEIM/UFBA. Con el Colectivo Os Ventos (www.myspace.com/lailarosa) lanzó su primer disco de composiciones propias, contemplado por la convocatoria Demanda Espontánea 2011: "Água Viva: um disco líquido" (Agua Viva: un disco líquido), libremente inspirado en la obra homónima de Clarice Lispector.

Julia Ricciardi Lima, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Julia Ricciardi Lima es máster por el Programa de Posgrado en Cultura y Territorialidades de la Universidad Federal Fluminense (UFF), graduada en Comunicación Social - Periodismo por la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ) y especialista en Periodismo Cultural por la Universidad del Estado de Río de Janeiro (UERJ). Desde 2016 es productora cultural en el Foro de Ciencia y Cultura de la UFRJ. Estudia a las mujeres del samba carioca, explorando las relaciones étnico-raciales y de género, la escritura etnográfica, la historia oral, y los estudios biográficos, de trayectorias de vida y de profesionalización. Integra el Movimento das Mulheres Sambistas (Movimiento de Mujeres Sambistas) y es profesora de la Casa da Mulher Sambista (Casa de la Mujer Sambista).

Rayra Mayara Santos, Universidade Federal da Bahia

Rayra Mayara Santos es maestranda en Etnomusicología en la Universidad Federal de Bahía, investigando "MUJERES EN EL SAMBA: EL COLECTIVO COMO PROMOTOR DE LA AUTONOMÍA FEMENINA EN ARACAJU" (2022). Graduada en Música Popular - Composición y Arreglo por la UFBA (2016), donde también fue monitora del Taller de Cavaquinho y en cursos de extensión. Participó y sigue actuando en Rumpilezzinho (Laboratorio Musical de Jóvenes). Formó parte de Sonora Brasil SESC - Líricas femininas, representando a Sergipe. Seleccionada en el programa ASA - Arte Sónica Amplificada, es compositora, arreglista, instrumentista y cantante, integrando Sambaiana (BA), Mulheres no Samba (SE) y Samba de Moça Só (SE).

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Fontes Orais

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Publicado

2025-08-20

Cómo citar

Andresa Cavalcante Rosa, L., Ricciardi Lima, J., & Mayara Santos, R. (2025). Mulheres sambistas: mundo do trabalho, vivências coletivas e políticas culturais. Revista Vórtex, 13, 1–28. https://doi.org/10.33871/vortex.2025.13.9960

Número

Sección

Dossier “Música y mujeres”