TECER PARA PERTENCER
OBRA TÊXTIL E ANCENTRALIDADE EM CLAUDIA LARA
DOI:
https://doi.org/10.33871/sensorium.2025.12.11204Palavras-chave:
Arte têxtil, Bordado, Feminismo, Mulheres artistas, Mulheres negras, Claudia LaraResumo
Este artigo analisa o uso de elementos têxteis na obra da artista Claudia Lara, compreendendo-os como dispositivos poéticos que acionam questões de pertencimento, memória e identidade, com destaque para a ancestralidade de mulheres negras. Ao incorporar tecidos e linhas em sua poética, a artista ressignifica materiais historicamente confinados ao espaço doméstico e associados às mulheres de sua família – mulheres habilidosas nos trabalhos manuais, mas privadas do acesso à educação formal. Ao utilizar esses elementos em sua poética, a artista busca reinscrever essas mulheres na experiência expandida da arte, propondo novas relações de gênero e raça a partir de fotografias e memórias familiares. Considerando sua trajetória poética, este artigo fundamenta-se nos estudos de raça e gênero e, com base em documentos históricos e entrevistas, analisa os lugares da arte têxtil no campo da arte contemporânea, problematizando sua desvalorização histórica – intimamente ligada à naturalização das ideias de “feminino”.
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