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PSICODELIA CLÍNICA E IMAGÉTICA CINEMATOGRÁFICA EM DELEUZE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/sensorium.2025.12.10731

Resumo

Historicamente marginalizados pela medicina e pela psicologia, os estados não ordinários de consciência (ENOC) vêm sendo revalorizados no chamado “renascimento psicodélico”, que os considera modos legítimos de experiência e de produção de sentido. Nesse contexto, a imagética psicodélica é compreendida como um acontecimento sensível, expressão singular da subjetividade em transformação, que exige formas abertas de escuta e expressão. O conceito de cristal de tempo, associado à ideia de uma ontologia da vibração, propõe uma realidade não estática, mas rítmica e processual, em que o ser se dá como fluxo e oscilação. Tal como os cristais de tempo desafiam a estabilidade newtoniana, os psicodélicos rompem com a rigidez da conectividade cerebral, abrindo espaço para reconfigurações do self e da experiência temporal. O cinema, por sua vez, surge como tecnologia privilegiada para pensar as relações entre movimento e tempo. A imagem cinematográfica, especialmente a imagem-cristal de Deleuze, não representa o real, mas o faz vibrar em sua multiplicidade temporal. Há, portanto, uma convergência entre cinema e psicodelia: ambos operam como máquinas de tempo, desorganizando a percepção ordinária e expondo o sujeito a uma experiência intensiva e desterritorializante. Assim, a imagem psicodélica apresenta-se como expressão ontológica da diferença para uma escuta filosófica atenta à sua potência transmutadora. Este artigo propõe uma reflexão interdisciplinar sobre as dimensões da imagem mental na psicodelia clínica, articulando neurociência, filosofia contemporânea e cinema.

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Publicado

2025-05-19

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Edição

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Dossiê: Inconsciente e contracultura: dissidências artísticas alternativas