Fractais no GeoGebra
entre o objeto matemático e suas representações na exploração do Triângulo de Sierpinski
DOI:
https://doi.org/10.33871/rpem.2025.14.33.9911Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir como pode se configurar a distinção entre o objeto matemático e suas representações em uma proposta de exploração de fractais no GeoGebra. O referencial teórico contempla a teoria dos registros de representação semiótica de Raymond Duval, além de escritos que tratam das potencialidades dos ambientes de geometria dinâmica no desenvolvimento de abordagens voltadas à transformação de representações semióticas, que, nessa perspectiva, se apresenta como um processo central na análise da atividade matemática. Por meio de dados coletados em um experimento realizado junto um grupo de estudantes do sétimo ano Ensino Fundamental, são apresentados exemplos que ilustram como se desenvolvem as atividades cognitivas fundamentais de tratamento e conversão na construção de um fractal clássico, o Triângulo de Sierpinski. A metodologia contempla uma abordagem qualitativa, com dados coletados por meio de atividades no GeoGebra, vídeos dos encontros com os participantes, notas de campo e protocolos de observação, com intervenções orientadas no método clínico de Jean Piaget. Os resultados apontam que, durante as explorações, os sujeitos mobilizaram diferentes tipos de registros de representação e passaram a considerar a ideia de um objeto cuja construção pode continuar infinitamente, com iterações sucessivas. Além disso, identificaram padrões que se repetem em escalas cada vez menores, com uma estrutura básica que se mantém, independentemente do nível de ampliação. Dessa forma, observou-se o início de um processo de construção do objeto geométrico, neste estudo representado pelo Triângulo de Sierpinski.
Downloads
Referências
BARBOSA, R. M. Descobrindo a Geometria Fractal para a sala de aula. Belo Horizonte: Autentica, 2005.
CONNER, A.; TABACH, M.; RASMUSSEN, C. Collectively engaging with others’ reasoning: Building intuition through argumentation in a paradoxical situation. International Journal of Research in Undergraduate Mathematics Education, v. 9, n. 3, p. 666-693, 2023. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s40753-022-00168-x. Acesso em: 13 ago. 2024.
DELVAL, J. Introdução à prática do método clínico: Descobrindo o pensamento das crianças. Trad. Fátima Murad - Porto Alegre: Artmed, 2002.
DOS SANTOS, M. A.; DE AZEVEDO BASSO, M. V.; MAESTRI, A. B. Padrões Fractais e Geometria Dinâmica: uma análise a partir da Teoria da Abstração Reflexionante. Schème: Revista Eletrônica de Psicologia e Epistemologia Genéticas, v. 15, n. 2, p. 5-44. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/scheme/article/view/15256. Acesso em: 14 set 2024.
DUVAL, R. Ver e ensinar a matemática de outra forma: entrar no modo matemático de pensar: os registros de representações semióticas. São Paulo: PROEM, v. 1, 2011.
DUVAL, R. Semiósis e pensamento humano: registro semiótico e aprendizagens intelectuais. Editora Livraria da Física, 2009.
DUVAL, R.; THADEU, M. Registros de representação semiótica e funcionamento cognitivo do pensamento. REVEMAT: Revista Eletrônica de matemática, v. 7, n. 2, p. 266-297, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.5007/1981-1322.2012v7n2p266. Acesso em: 12 maio 2024.
FLICK, U. Desenho da Pesquisa Qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.
GOMES, A. S.; GOMES, C. R. A. (2019). Classificação dos tipos de pesquisa em informática na educação. In Metodologia de Pesquisa em Informática na Educacão: Concepcão da Pesquisa, Porto Alegre - RS. Sociedade Brasileira de Computacão. Disponível em: https://metodologia.ceie-br.org/wp-content/uploads/2019/06/livro1_cap4.pdf. Acesso em: 16 maio 2024.
GUTIERREZ FIGUEROA, X.; PARRAGUEZ GONZALEZ, M. Mental mechanism of synthesis in the learning of the Sierpinski triangle as a totality. Ensenanza de las Ciencias, v. 39, n. 3, p. 71-92, 2021.
HERSHKOWITZ, R.; DREYFUS, T.; TABACH, M. Constructing the self-similarity concept. International journal of research in undergraduate mathematics education, v. 9, n. 2, p. 322-349, 2023. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s40753-022-00173-0. Acesso em: 13 mar. 2024.
HOLTON, D.; SYMONS, D. Infinity-based thinking’in the primary classroom: a case for its inclusion in the curriculum. Mathematics Education Research Journal, v. 33, n. 3, p. 435-450, 2021. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s13394-020-00311-4. Acesso em: 18 mar. 2024.
MANDELBROT, B. Fractais. In: FAUSTO, R.; FIOLHAIS; C.; QUEIRÓ, J. F. (org.). Fronteiras da Ciência: desenvolvimentos recentes, desafios futuros. Coimbra: Gradiva, 2003. p. 63-88.
MORAN, M.; REZENDE, V. Uma exploração do Hexágono de Dürer com professores de Matemática da Educação Básica. Revista Boletim online de Educação Matemática, Florianópolis, v. 8, n. 15, p. 109-127, 2020. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/boem/article/download/17141/12100. Acesso em: 2 set 2024.
REZENDE, V. et al. O Fractal Árvore Pitagórica e Diferentes Representações: uma Investigação com Alunos do Ensino Médio. Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática, v. 11, n. 2, p. 160-171, 2018. Disponível em: https://jieem.pgsscogna.com.br/jieem/article/view/4616. Acesso em: 9 abr. 2024.
SALAZAR, J. V. F.; ALMOULOUD, S. Registro figural no ambiente de geometria dinâmica Figural. Educação Matemática Pesquisa Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática, v. 17, n. 5, p. 919-941, 2015. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/emp/article/view/26325. Acesso em: 10 nov. 2023.
SINCLAIR, N. et al. Recent research on geometry education: An ICME-13 survey team report. ZDM, v. 48, p. 691-719, 2016. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s11858-016-0796-6. Acesso em: 13 mar. 2024.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Paranaense de Educação Matemática

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.