Construindo Cenários para Investigação com alunos em posições socioeconômicas confortáveis
o racismo em debate
DOI:
https://doi.org/10.33871/rpem.2024.13.31.8778Resumo
Diante do crescente número de pesquisas nacionais focadas na Educação Matemática Crítica desenvolvidas com estudantes de classes sociais desfavorecidas, surge a necessidade de investigar outros públicos. O objetivo deste texto é, portanto, compreender como estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, de uma escola particular da cidade do Rio de Janeiro/RJ, em posições socioeconômicas confortáveis, leem e escrevem o mundo com a matemática, por meio de aulas alicerçadas em cenários para investigação desencadeados pela questão do racismo. Utilizando uma abordagem qualitativa e o método da pesquisa-ação, realizamos esta intervenção ao longo de cinco encontros de 100 minutos cada, durante as aulas de matemática. Iniciamos com um questionamento sobre justiça e injustiça social e a relação da matemática com essas questões. Coletamos dados por meio de gravações de áudio e registros escritos dos discentes. Observamos que a intervenção cativou os educandos e, consequentemente, conseguiu estabelecer um efetivo cenário para investigação, resultando, em alguma medida, na capacitação dos educandos para usar a matemática como uma lente de compreensão e análise de injustiças sociais, em particular o racismo. Esse processo refletiu um desenvolvimento significativo na maneira como os alunos leem o mundo com a matemática. Os resultados também sugerem um potencial para futuros avanços na escrita do mundo com a matemática. Consideramos que mais pesquisas devem ser feitas com estudantes em posições confortáveis, variando o ano escolar, a injustiça abordada, a duração e outros fatores, a fim de obter resultados diferenciados e ampliar o debate na área da Educação Matemática para justiça social.
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