Linguagens, interações e brincadeiras – preposições para o currículo na Educação Infantil
DOI:
https://doi.org/10.33871/22386084.2014.3.5.16-26Resumo
Procuro apresentar neste texto o preâmbulo daquilo que tem sido chamado de “Linguagens infantis”: um campo que conflitua o tempo e espaço dado às linguagens corporais, plásticas, teatrais, musicais, poéticas, etc., e o tempo e espaço dado à linguagem escrita que de certo modo tem sido predominante na educação infantil, especialmente nas pré-escolas. O texto foi elaborado a partir de uma revisão teórica do tema e, ao mesmo tempo, articulando com concepções e abordagens que possam fundamentar práticas que desmarginalizam as linguagens infantis na perspectiva de que: 1. A educação infantil não é um direito do aluno, é um direito da criança; 2. É um espaço tempo não escolar e formal privilegiado de iniciação e de coletivo infantil; 3. O professor da educação infantil tem em suas mãos uma possibilidade singular de construir o currículo junto com as crianças. Apresento um campo em que as múltiplas linguagens das crianças são retiradas das margens, analisando alguns documentos governamentais e algumas pesquisas que vem construindo caminhos para se pensar o currículo da educação infantil a partir da valorização e da exploração do espaço tempo da interação e das brincadeiras das crianças. O propósito deste texto é ampliar o debate e a fundamentação para desmarginalizar a fala daquelas que ainda não falam, o movimento daqueles que ainda não andam, fazer emergir os sorrisos, os choros, os sussurros, os gritos e os engatinhados. Fazer, enfim, da educação infantil um espaço tempo da criança, para a criança e com a criança.