A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NOS VIDEOGAMES

Autores

  • Guilherme Foscolo UFSB

DOI:

https://doi.org/10.33871/19805071.2023.28.1.7658

Palavras-chave:

Videogame, Esporte, Arte, Estética, Ficção

Resumo

Trata-se de refletir sobre a experiência estética nos videogames a partir da fricção de duas polêmicas – a dos videogames como esportes, recentemente reavivada no Brasil pela declaração da Ministra dos Esportes Ana Moser de que ESports não são esportes, e a dos videogames enquanto arte, e que repercutiu entre os anos de 2005-2010 a partir das declarações de Roger Ebert, crítico de cinema do Chicago Sun-Times, de que videogames jamais poderiam ser arte. A sobreposição das polêmicas permite, por um lado, perceber como o problema do estatuto estético dos videogames não se resolve sem uma compreensão daquilo que eles operam, o que nos conduz, em parte, para a discussão do seu estatuto enquanto esportes; por outro, produz a ocasião para investigarmos como os elementos formais dos videogames podem engendrar um tipo específico de experiência estética – e que não se encontra nos esportes “tradicionais” ou mesmo nas performances artísticas. Conceitos tais quais interatividade, agência, praticalidade, virtualidade e disputa/superação ganham relevância a partir da análise da relação que se estabelece entre os elementos formais dos videogames (gráfico, som, engine e user interface), os dispositivos físicos de input/output, e a jogabilidade/experiência dos jogadores.

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

FOSCOLO, Guilherme. A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA NOS VIDEOGAMES. Revista Científica/FAP, Curitiba, v. 28, n. 1, p. 264–280, 2023. DOI: 10.33871/19805071.2023.28.1.7658. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/7658. Acesso em: 24 nov. 2024.