A ressignificação do “fenômeno” de caça às bruxas

ecos no filme Rua do Medo: 1666 – Parte 3

Auteurs

  • Erika Mac Knight UFRJ

DOI :

https://doi.org/10.33871/19805071.2024.30.1.8874

Mots-clés :

caça às bruxas, Cinema, Feminismos

Résumé

O “fenômeno” de caça às bruxas na sociedade ocidental ocorrido durante os séculos XVI a XVII, foi tirado da clandestinidade a partir da segunda onda do Movimento Feminista em meados da década de 1970, e vem sendo debatido nos dias atuais sob o entendimento de uma perseguição intencional à um grupo de mulheres que naquele período detinham conhecimentos sobre a reprodução (parteiras), eram curandeiras e herboristas, ou simplesmente prostitutas e mendigas. Com essa premissa, o presente artigo tem como intuito trilhar historicamente uma compreensão do por que milhares de mulheres foram julgadas, torturadas, enforcadas ou queimadas vivas por quase dois séculos na Europa e correlacionar com o filme de horror hollywoodiano Rua do medo: 1666 – Parte 3, da diretora Leigh Janiak, lançado em 2021 na plataforma de streaming Netflix. A escolha por tal narrativa cinematográfica deve-se pelo motivo de observar na mesma a possibilidade de uma nova leitura sobre tal acontecimento sob o ponto de vista da suposta bruxa e o beneficiário de tal acusação.

 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Erika Mac Knight, UFRJ

Doutoranda e Mestra em Ciências Biológicas na UFRJ no programa Educação, Gestão e Difusão em Ciência. Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo) na UNIARA e Licenciatura em Ciências Sociais pela UNESP (Araraquara). Lattes: https://lattes.cnpq.br/5673375517476439. ORCID: 0009-0004-5800-0094. E-mail: erika_mcknight@hotmail.com

Références

ALVES, B. Moreira.; PITANGUY, Jacqueline. O que é feminismo. São Paulo: Abril/Cultura, 1981. Coleção Primeiros Passos.

CARDINI, Franco. Magia e Bruxaria na Idade Média e no Renascimento. Psicologia USP,1996, v.7, n.1 2, p. 9-16. Recuperado de: <https://www.revistas.usp.br/psicousp/article/download/34530/37268>.Acesso em: 30 set. 2023.

CLARK, Stuart. Pensando com os demônios. A ideia de bruxaria no princípio da Europa Moderna. Editora da Universidade de São Paulo, 2006, pp. 208-287.

DIAS, Bruno; CABREIRA, Regina Helena. A imagem da bruxa: da antiguidade às representações fílmicas contemporâneas. Ilha do Desterro,Florianópolis, 2019, v.72, n.1, p.175-197. Recuperado de: <https://www.scielo.br/j/ides/a/Q8cJDfsgznTRCpnQdzwc5Jw/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 14 out. 2023.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Ed. Elefante,2017.

LEAL, Ana Christina; VELOSO, Victória; COSTA Clara. Bruxaria e Normalização: a perseguição às mulheres e ao conhecimento tradicional frente à hegemonia do discurso médico. Gênero da Amazônia, Belém, 2019, n.15. Recuperado de: <https://periodicos.ufpa.br/index.php/generoamazonia/article/download/13278/9219>. Acesso em: 20 set. 2023.

JUNIOR,E.B. OLIVEIRA, G.S.; SANTOS, A.C.O; L. SCHNEKENBERG, G.F. Análise documental como percurso metodológico na pesquisa qualitativa. Cadernos da Fucamp, 2021, v.20, n.44, p. 36-51. Recuperado de: <https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/download/2356/1451.> Acesso em: 27 mar. 2023.

MAINKA, Peter. A bruxaria nos tempos modernos – sintoma de crise na transição para a modernidade. Editora UFPR. História: Questões & Debates, Curitiba, 2002, n.37, p. 111-142.

MERCHANT, Carolyn. The death of nature: women, ecology, and the Scientific Revolution. Ed. New York: Harper and Row, 1983, pp. 127 – 172.

RIBEIRO, Paula Regina. MELO, Ailton. Bruxas, Perigosas e desordeiras – A mulher e a culpa na Inquisição. Revista Diversidade e Educação, 2021, v. 9, n. Especial, p. 21-48. Recuperado de: <https://periodicos.furg.br/divedu/article/view/12646/8750>. Acesso em: 27 out. 2023

SILVA, Natália. Burn the witch: a sexualidade feminina como monstruosidade. IN: SÁ, Daniel; MAKENDORF, Marcio. Monstruosidade estética e política. LLE UFSC, Florianópolis, 2019.

SOUZA, Laura de Mello. A feitiçaria na Europa Moderna. São Paulo: Editora Atica, 1987.

VIERA, Elizabeth M. A medicalização do corpo feminino. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2002.

WOLF, Naomi. Vagina – A new biograph. Ecco, 2012.

FILMOGRAFIA:

CARRIE, a estranha. Direção: Brian De Palma. Produção: Brian De Palma, Paul Monash, Louis A. Stroller. Estados Unidos: United Artists, 1976.

PÂNICO. Direção: Wes Craven. Produção: Bob Weinstein, Cathy Konrad, Harvey Weinstein, Nicholas Mastandrea, Cary Woods, Dixie J. Capp, Marianne Maddalena, Stuart M. Besser. Estados Unidos: Dimension Films, 1996.

RUA do medo: 1994 – Parte 1. Direção: Leigh Janiak. Produção: David Ready, Peter Chernin, Leigh Janiak, Jenno Topping. Estados Unidos: Netflix, 2021.

RUA do medo: 1978 – Parte 2. Direção: Leigh Janiak. Produção: David Ready, Peter Chernin, Leigh Janiak, Jenno Topping. Estados Unidos: Netflix, 2021.

RUA do medo: 1666 – Parte 3. Direção: Leigh Janiak. Produção: David Ready, Peter Chernin, Leigh Janiak. Estados Unidos: Netflix, 2021.

SEXTA-FEIRA 13. Direção: Sean S. Cunningham. Produção: Alvin Geiler, Steve Miner, Sean S. Cunningham. Estados Unidos: Paramount Pictures; Warner Bros. Pictures, 1980.

Téléchargements

Publiée

2024-07-01

Comment citer

MAC KNIGHT, Erika. A ressignificação do “fenômeno” de caça às bruxas: ecos no filme Rua do Medo: 1666 – Parte 3. Revista Cientí­fica/FAP, Curitiba, v. 30, n. 1, p. 465–481, 2024. DOI: 10.33871/19805071.2024.30.1.8874. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/8874. Acesso em: 3 juill. 2024.