Na ilha dos absolutos
uma leitura cavelliana dos imaginários históricos, epistemológicos e sexuais em 'Iguana', de Monte Hellman
DOI :
https://doi.org/10.33871/19805071.2024.30.1.8777Mots-clés :
Cavell, Film-philosophy, modernidade, ceticismo, Monte HellmanRésumé
Partindo das contribuições do filósofo americano Stanley Cavell, um dos expoentes da film-philosophy, em especial de sua interpretação da epistemologia moderna, este artigo realiza uma leitura do longa-metragem de 1988 Iguana – A Fera do Mar, dirigido por Monte Hellman, interpretando seus diversos imaginários pela lente de uma crítica sobressalente ao sujeito moderno. Na primeira e introdutória seção, faz-se uma breve recapitulação das teses cavellianas acerca da teoria do conhecimento de tradição cartesiana, focadas na imagem do problema do ceticismo; na segunda, analisa-se o aspecto histórico da obra e a centralidade da ideia de alteridade no período da chegada dos europeus na América colonial; a terceira atenta para os protagonistas do filme e para suas diversas formas de perversões políticas e sexuais; na quarta e derradeira seção, o foco se volta para a relação entre Oberlus e Carmen no centro da história, encerrando a análise com apontamentos acerca das dinâmicas de gênero que atravessam Iguana e a modernidade como um todo.
Téléchargements
Références
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Moderna, 2004
BATAILLE, Christophe. Annam. Tradução: Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1995
CASTRO, Eduardo Viveiros de. “O mármore e a murta”, Revista de Antropologia. 1992. São Paulo, USP, vol. 35, pp. 21-74
CAVELL, Stanley. Disowning Knowledge In Six Plays of Shakespeare. New York: Cambridge University Press, 2003
CAVELL, Stanley. In Quest of the Ordinary: Lines of Skepticism and Romanticism. Chicago: University of Chicago Press, 1994
CAVELL, Stanley. Pursuits of Happiness: The Hollywood Comedy of Remarriage. Cambridge: Harvard University Press, 1981
CAVELL, Stanley. The Claim of Reason: Wittgenstein, Skepticism, Morality, and Tragedy. New York: Oxford University Press, 1979a
CAVELL, Stanley. The World Viewed: Reflections on the Ontology of Film. Cambridge: Harvard University Press, 1979b
DESCARTES, René. “Meditações”. Os Pensadores, vol. 15. Tradução: J. Guinsburg e Bento Prado Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1973
DELEUZE, Gilles. Sacher-Masoch: O frio e o cruel. Rio de Janeiro: Zahar, edição Kindle, 2009
DOSTOIEVSKI, Fiodor. Humilhados e ofendidos. Tradução: Klara Gourianova. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 2013
GIL, Isabel Capeloa. “The Compulsion To Be Cruel”, in: RESINA, Joan Ramon; WULF, Christoph (org.). Repetition, Recurrence, Returns: How Cultural Renewal Works. Maryland: Lexington Books, 2019 (pp. 201-210)
IGUANA – A fera do mar [Iguana], Direção de Monte Hellman, EUA: Warner Bros. International, 1988. (88min).
KLING, Pedro Monte. “Todos os objetos como luas: Stanley Cavell e a cena cartesiana”. Sképsis. 2022. Salvador, v. XIII, pp. 37-55
LAWRENCE, William W. Shakespeare's Problem Comedies, New York: Macmillan, 1931; pp. 9–13
MEIRELLES, Victor. Moema. 1866. Óleo s. tela, 130 × 196,5 cm
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. Tradução: Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2010
MULHALL, Stephen. The Self and its Shadows: A Book of Essays on Individuality as Negation in Philosophy and the Arts. Oxford: Oxford University Press, 2013
MULHALL, Stephen. Stanley Cavell: Philosophy's Recounting of the Ordinary. Oxford: Oxford University Press, 1998
SHAKESPEARE, William. “Conto de Inverno”. Teatro Completo, vol. 2: Comédias e Tragédias. Tradução: Barbara Heliodora. São Paulo: Nova Aguilar, 2016 (pp. 1237-1347)
SINNERBRINK, Robert. New philosophies of film: thinking images. New York: Continuum, 2011
STEVENS, Brad. Monte Hellman: His Life and Films. Jefferson: McFarland & Company, 2003
TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América. Tradução: Beatriz Perroni Moisés. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010
VASQUEZ-FIGUEROA, Alberto. O Iguana. Tradução: Ernani Ssó. Porto Alegre: L&PM, 1989
WITTGENSTEIN, Ludwig. Investigações Filosóficas. Tradução: Marcos G. Montagnoli. Petrópolis: Vozes, 2017
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Os autores detém os direitos autorais, ao licenciar sua produção na RevistaCientífica/FAP, que está licenciada sob uma licença Creative Commons. Ao enviar o artigo, e mediante o aceite, o autor cede seus direitos autorais para a publicação na referida revista.
Os leitores podem transferir, imprimir e utilizar os artigos publicados na revista, desde que haja sempre menção explícita ao(s) autor (es) e à Revista Científica/FAP não sendo permitida qualquer alteração no trabalho original. Ao submeter um artigo à Revista Científica/FAP e após seu aceite para publicação os autores permitem, sem remuneração, passar os seguintes direitos à Revista: os direitos de primeira edição e a autorização para que a equipe editorial repasse, conforme seu julgamento, esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência.