Jardim das indagações
diálogos e experimentações pedagógicas e artísticas contracoloniais
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.33.2.11032Palavras-chave:
Território, Errâncias, Intervenções urbanas, ContracolonialidadeResumo
Este artigo apresenta uma experiência pedagógica desenvolvida como prática artística contracolonial, articulando deslocamentos sensíveis, errâncias e intervenções em espaços do campus universitário e do centro de Ilhéus. A proposta envolveu caminhadas, observações, registros fotográficos e produção de diários de campo, conduzindo à criação do Jardim das Indagações — uma intervenção artística coletiva com lambe-lambes, estênceis e textos poéticos que inscreveram no espaço marcas de presença e escuta. A experiência foi atravessada por reações públicas adversas, o que evidenciou as disputas em torno da arte, do corpo e da ocupação dos territórios urbanos. O percurso pedagógico é atravessado pelas concepções de Milton Santos, especialmente sua definição de território como quadro da existência, e de Antônio Bispo dos Santos, cuja proposta contracolonial inspira a ação como forma de alimentar os nomes e a alegria, recusando a tristeza imposta pela colonialidade. O texto assume o caráter de travessia inacabada, errante, que afirma a arte como gesto de resistência, pensamento e pertencimento. Ao propor a escuta da cidade e a ativação do sensível como caminhos formativos, a experiência tensiona a lógica do controle, abrindo frestas para imaginar outros modos de ensinar, aprender e habitar o mundo.
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