Pensar o presente, reinventar o passado
o comunismo italiano visto por Nanni Moretti
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2024.30.1.8903Palabras clave:
Nanni Moretti, Análise fílmica, Reflexividade, Narratividade, Partido Comunista ItalianoResumen
“O que significa ser um comunista?” é a pergunta que Nanni Moretti tenta responder em alguns de seus filmes. Com algumas variações, ela é repetida em La sconfitta (1973) e Palombella rossa (1989), e está implícita em La cosa (1990) e O melhor está por vir (Il sol dell'avvenire, 2023). O esforço para respondê-la não é uniforme e está repleto de interrupções e descontinuidades, alternando entre um registro documental que parece minimizar a interferência do realizador e registros ficcionais elaborados a partir de elementos reconhecíveis do presente e do olhar retrospectivo que evidencia o papel rememorativo e especulativo do cinema na construção de um passado inventado ou de um futuro possível. E se o passado tivesse sido diferente? O objetivo deste artigo é refletir, por meio dos estudos sobre narratividade, sobre excertos dos mencionados filmes do produtor, diretor e ator. O procedimento metodológico da análise fílmica fornece pistas sobre como o cinema de Moretti se utiliza de diferentes materiais e estilos para pensar o presente, rememorar o passado e o fabular um futuro diante das crises e das adversidades. Neste artigo, estará em jogo especialmente o trabalho com a inserção do filme de Moretti dentro do filme de Moretti.
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