Formação social brasileira e luta de classes no cinema de ficção científica
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2024.30.1.8718Palabras clave:
Formação Social Brasileira, Luta de Classes, Ficção Científica, Racismo, CinemaResumen
Esta pesquisa realiza uma investigação de como a formação social brasileira e sua luta de classes estão presentes nas obras “Branco Sai, Preto Fica” (2015) e “Bacurau” (2019). Para compreender essa formação social brasileira e sua luta de classes é utilizado o aporte teórico de abordagem materialista histórico-dialética. Para estudar a tendência operativa de FC, pesquisa-se a lógica histórica do surgimento e desenvolvimento do FC brasileiro. Com as análises, percebe-se em “Branco Sai, Preto Fica” (2015) a periferização da população preta em grandes centros urbanos como algo sintomático da formação social brasileira, além de explicitar o papel das forças coercitivas do Estado, como a polícia, em oprimir as classes exploradas/racializadas; A reação a essa opressão no filme é uma conspiração cuja força-motriz é a cultura popular das populações marginalizadas para a criação de uma bomba que explode Brasília e a Ditadura Militar que governa o país no universo da obra. Em “Bacurau” (2019) os moradores locais tem que lutar pela sobrevivência contra estrangeiros que representam essa ameaça alienígena de perspectiva colonial/imperialista, e contra as instituições do Estado burguês brasileiro, como políticos e empresários, que auxiliam na opressão autóctone particular que volta para a universalidade da formação social brasileira, bem como nessa metáfora/analogia para a o desenvolvimento histórico brasileiro pautado na exploração do estrangeiro e da manutenção da escravidão.
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