Montagem de tempos heterogêneos em O Fio da Memória: no centenário da abolição (1991), de Eduardo Coutinho
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2024.30.1.8844Palavras-chave:
documentário, memória, Eduardo Coutinho, O Fio da MemóriaResumo
Tendo como objeto o segundo longa-metragem documentário realizado por Eduardo Coutinho, O Fio da Memória: no centenário da abolição (1991), objetivamos neste ensaio observar as camadas narrativas, tempos heterogêneos e as estratégias empregadas para o discurso da memória e do esquecimento presentes no filme. Partimos do pressuposto que o filme traz em germe inicial exercícios de uma forma fílmica documental antes mesmo de apontar para um determinado estilo. A partir de debates gerados pela exclusão, racismo, entre outros, o trabalho traça de modo transversal a temática do documentário de modo a clarear algumas características que se pronunciam como embrionárias na obra do autor. Podem ser destacadas entre estas, escolhas como: a estratégia para a ideação do relato a partir de entrevistas, o uso de canções diegéticas escolhidas e performadas pelas personagens, a presença do sincretismo religioso e alguns indícios da fabricação do filme através da presença da equipe. Mesmo que esta obra tenha sido realizada por encomenda estes são elementos já presentes que identificam este autor de forma singular.
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