Corpo e luz em "Ganga Zumba"
entre visibilidade e apagamento
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.32.1.10176Palavras-chave:
fotografia cinematográfica, Cinema Novo, resistência negra, corporeidade negra, crítica cinematográficaResumo
Este artigo analisa o filme Ganga Zumba (1963) de Cacá Diegues a partir de uma abordagem fotográfica, com base na metodologia que compreende a imagem cinematográfica como uma construção simbólica. A análise busca entender a representação do corpo negro na obra e como a fotografia no cinema serve tanto para iluminar quanto para ocultar esse corpo, simbolizando a luta pela liberdade, mas sem aprofundar-se na individualidade ou na corporeidade negra. O estudo propõe que, embora o filme faça de Ganga Zumba um símbolo de resistência negra, sua representação está condicionada à ótica do cinema moderno, que, ao tentar iluminar a luta, acaba obscurecendo as especificidades do corpo negro. Através dessa análise, o artigo explora como as condições históricas e estéticas da época influenciam a maneira como a identidade e a resistência negra são representadas no cinema, propondo uma crítica à invisibilização da corporeidade negra nas narrativas visuais. Ao refletir sobre o uso da fotografia no filme, a pesquisa revela um movimento paradoxal de simbolização e apagamento, que ainda reverbera nas representações cinematográficas contemporâneas.
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