A figura da morte no cinema brasileiro:

O vigilante (1992), de Ozualdo Candeias

Abstract

Este ensaio é um estudo sobre a figura da morte no filme O vigilante (1992), de Ozualdo Candeias. O filme aborda o êxodo rural através da violência propagada pelo subúrbio, atribuindo ao desenvolvimento dos conflitos, a implicação da figura da morte. Considerando a trajetória da figura da morte, como, também, o modo de sua aparição na imagem cinematográfica, é possível delinear na análise fílmica as instâncias da figuração propostas pelo ensaísta alemão Erich Auerbach (1997). Desse modo, o filme realiza a profecia figural longe da redenção teológica, manifestando o Juízo Final na opacidade de uma arma apontada para a câmera. Logo, a hipótese é a de que o “disparo” tem como alvo o cinema brasileiro, evidenciando a consternação do cineasta moderno no início dos anos 1990.