Ambiguidade: Uma palavra-chave na trajetória da teoria tonal

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Autores

  • Sérgio Paulo Ribeiro de Freitas Universidade do Estado de Santa Catarina | Brasil

DOI:

https://doi.org/10.33871/23179937.2019.7.2.2873

Resumo

A partir do estudo de Janna Saslaw e dialogando com outros comentaristas, o artigo propõe uma revisão da noção de ambiguidade no domí­nio da tonalidade harmônica. Para tanto, em perspectiva transepocal, são referenciados entendimentos de teóricos europeus (tais como Rameau, Rousseau, Kirnberger Vogler, Weber, Sechter, Richter, Hauptmann, Riemann, Schenker, Schoenberg) e de autores da jazz theory (Greene, Groove e Dobbins). Notando que a noção ressoa em outras áreas (estética, filosofia, literatura, poesia, retórica etc.), conclui-se que, entre o apogeu e o declí­nio, a tese dos múltiplos significados fomentou fantasias criativas e teóricas que afetam nossas interpretações crí­tico-valorativas da música tonal.

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Biografia do Autor

Sérgio Paulo Ribeiro de Freitas, Universidade do Estado de Santa Catarina | Brasil

Professor nos cursos de graduação e pós-graduação em Música na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Possui mestrado (UNESP, 1995) e doutorado (UNICAMP, 2010) no campo da teoria e análise da música popular. É membro dos grupos de pesquisa Música, Cultura e Sociedade - MUSICS (UDESC) e Música Popular: história, produção e linguagem (UNICAMP). Sua atuação docente, pesquisas e publicações se desenvolvem nos campos da teoria e análise musical, música popular e harmonia tonal. Atualmente desenvolve o projeto de pesquisa "A teoria anda só? Questões de história e reexame analí­tico em repertório tonal". ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0215-616X. E-mail: sergio.freitas@udesc.br

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Publicado

31.08.2019

Como Citar

Freitas, S. P. R. de. (2019). Ambiguidade: Uma palavra-chave na trajetória da teoria tonal. Revista Vórtex, 7(2). https://doi.org/10.33871/23179937.2019.7.2.2873

Edição

Seção

Artigos

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