IMAGENS DISSIDENTES

Reflexões no contexto da 35ª Bienal de São Paulo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33871/sensorium.2025.12.11280

Palavras-chave:

Imaginação, Imaginário social, imagens poéticas., Contra-hegemônico, Representações

Resumo

Este ensaio está estruturado pelas seções “Introdução”, “Procedimentos Metodológicos”, “Argumento” e “Considerações Finais”. Na Introdução, apresentamos a base teórica que fundamenta as reflexões e interpretações propostas, mobilizando a teoria do Imaginário a partir de Gaston Bachelard (1884-1962) e Gilbert Durand (1921-2012). De forma complementar, trazemos uma contribuição da filosofia a partir de Vilém Flusser (1920-1991). A seguir, descrevemos os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento do ensaio, que compreendem uma abordagem teórico-conceitual, seguida de um procedimento analítico, comparativo e interpretativo. Ao longo do Argumento, partimos da contextualização da Bienal de São Paulo, discutimos questões em torno do termo hegemonia e chegamos às interpretações sobre três obras apresentadas na 35ª Bienal de São Paulo, realizada em 2023. Por fim, seguimos para as Considerações Finais, em que mobilizamos a teoria do Imaginário para identificar, a partir das três obras interpretadas, a potencialidade do espaço da Bienal e do campo da arte para a ativação da imaginação, promovendo a diversificação do Imaginário. Buscamos entender como a produção de imagens dissidentes nessas três obras contribui para uma reação à tendência de produção e distribuição de imagens hegemônicas e homogêneas. Discutimos também, a partir de recursos hermenêuticos derivados da teoria do Imaginário, a importância dessa reação para a promoção de novos Imaginários possíveis. A principal contribuição do ensaio está na mobilização da teoria do Imaginário como recurso de interpretação para uma produção artística voltada para imagens digitais, abrindo caminhos para o aprofundamento dos problemas abordados.

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Biografia do Autor

Jessica Carvalho Silva, Mestranda FAUUSP

É mestranda na área de Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (início em 2024). Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2017). Tem experiência na área de Conservação do Patrimônio, projeto e montagem de exposições, Design Gráfico e Comunicação Visual. Faz parte do Grupo de pesquisa Representações: Imaginário e Tecnologia (RITe). Desde 2017, atua como Arquiteta de Patrimônio na Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social (Pateo do Collegio).

Artur Simões Rozestraten, Professor Titular, FAUUSP

Arquiteto e Urbanista (FAUUSP 1995). Professor Titular em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo e do Design (2024). Pós-doutorado junto ao Centre Max Weber, Laboratoire de Sociologie Généraliste, Université Jean Monnet/Université de Lyon, França (BPE/FAPESP 2019-2020). Coordenador da organização dos Colóquios franco-brasileiros ICHT (Imaginário: Construir e Habitar a Terra) (2015); coordenador do Grupo de Pesquisa CNPq "Representações: Imaginário e Tecnologia" (RITe) (2013), vinculado ao Centre de Recherches Internationales sur l'Imaginaire CRI2i (2015); coordenador do acervo do Atelier de Escultura e Pesquisa da Forma, Caetano Fraccaroli (desde junho de 2016). Desde 2008 coordena o projeto Arquigrafia (Programa eScience FAPESP), atualmente como Projeto Temático FAPESP Experiência Arquigrafia 4.0 (2022-2026).

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Publicado

2025-12-02

Edição

Seção

Ensaios