Reflexões sobre Experiências do Ensino das Artes Visuais com Adolescentes em Conflito com a Lei
DOI:
https://doi.org/10.33871/23580437.2020.7.1.1-15Palavras-chave:
Ensino das Artes Visuais, Reminiscências, Experiências singulares, Adolescentes reclusas, Artista-pesquisador-professor.Resumo
Este artigo é um fragmento das experiências desenvolvidas na pesquisa do mestrado com o objetivo de reflexão e sobre experiências do Ensino das Artes Visuais com adolescentes em conflito com a lei, no Centro de Internação Feminina (CIF), em Florianópolis, Brasil. Este estudo visa compartilhar saberes sobre a Arte em espaços tolhidos de liberdade, como artista, pesquisador e educador, com o objetivo de ressignificar memórias e experiências singulares e estéticas das adolescentes reclusas. Consideram-se as conexões entre a narrativa verbal e oral das suas experiências, com o desenvolvimento de microprática com a monotipia, a cianotipia, a fotografia, a pintura e o desenho como formas de expressão artística e percepção de si e do contexto de suas reminiscências. Nesse sentido, procuram-se conceitos nos estudos teóricos de Almeida (2009), Barbosa (1991), Bergson (2010), Irwin (2013), Baudrillard (2004), Foucault (2014), Eisner (2011), Benjamin (1995), Freire (1996) e Dewey (2012), que abordam questões referentes à presente pesquisa. Utiliza-se a A/r/tografia como metodologia de hibridização entre a narrativa contextualizada e a linguagem visual. Demonstram-se dois movimentos: um sobre os trabalhos artísticos e narrativas sobre memórias e experiências elaboradas pelas adolescentes, e outro, no encontro de experiências, reflexões críticas, observações e percepções como artista-pesquisador-professor. Nesse contexto, a pesquisa de campo buscou encontrar respostas e perguntas, proporcionando intersecções na construção de novas subjetividades e ressignificações por meio do Ensino das Artes Visuais nesses espaços não acadêmicos. Verificou-se que as adolescentes observaram suas experiências ressignificadas pelos processos artísticos, propiciando reconstruir identidades, expressões criadoras, autoestimas e refletir e interpretar os trabalhos produzidos e o próprio mundo.
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