TEORIA DO FEIXE E TEORIA DO SUBSTRATO
uma análise acerca do problema da individuação e da co-instanciação entre propriedades como fundamentação metafísica do objeto singular
Resumo
A teoria do feixe é a teoria que afirma que os indivíduos são constituídos por conjuntos de propriedades. Um conjunto de propriedades w composto pelos membros F, G e H constituem assim o que chamamos de feixe. A noção de indivíduo promovida ao longo do século XVII compreende o particular como uma categoria ontológica primordial. É mais precisamente em Locke que esta noção é formalizada enquanto uma teoria do substrato. Locke afirma que as qualidades sensíveis não se dão sem o indivíduo e por isso ele é ontologicamente prioritário. Ao passo que essas qualidades não podem ocorrer sozinhas, Locke atribui à constituição do indivíduo primordial o conceito de substrato. Aquilo que seria o sustentáculo (cabide) das
propriedades unidas no objeto singular. Meu principal objetivo neste artigo é desenvolver a teoria da copresença (compresence) de Russell (1872-1970) partindo de uma análise atômica de propriedades. Em primeiro lugar, apresentarei como a individuação lockeana é objetada por Hume (1711-1776) através de uma prototeoria do feixe. Em seguida, apresento brevemente três versões da teoria do feixe propostos por Van Cleve (1984). Logo após, irei defender a teoria da copresença de Russell como uma teoria plausível acerca do feixe lidando com três principais objeções de Van Cleve junto à noção de feixes de feixe de Casullo (1987). Assim sendo, apresento dois ataques ao problema das Esferas de Black: o primeiro ataque provê
uma solução para a individuação através da concepção de universais imanentes. O segundo ataque gira em torno de uma objeção a qual chamarei de “objeção da verificabilidade ato/objeto”.
Downloads
Referências
ARMSTRONG, D. M. Perception and the Physical World. London: Routledge & Kegan Paul, 1961.
ARMSTRONG, D. M. Bodily Sensations. London: Routledge & Kegan Paul, 1962.
ARMSTRONG, D. M. Nominalism and Realism: Volume 1: Universals and Scientific Realism. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.
ARMSTRONG, D. M. A Theory of Universals: Volume 2: Universals and Scientific Realism. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.
ARMSTRONG, D. M. Universals: An Opinionated Introduction. Colorado: Westview Press, 1989.
ARMSTRONG, D. M. A Materialist Theory of the Mind. Revised ed. London: Routledge, 1993.
BLACK, M. The Identity of Indiscernibles. Mind, New Series, v. 61, n. 242, p. 153-164, Apr. 1952.
CASULLO, A. Russell on the Reduction of Particulars. Analysis, v. 41, n. 4, p. 199-205, out. 1981.
CASULLO, A. A fourth version of Bundle Theory. 1987. p. 125-139.
CLEVE, J. V. Three Versions of the Bundle Theory. Philosophical Studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, v. 47, n. 1, p. 95-107, jan. 1985.
DAMO, H. Fundamentos para uma metafísica de universais imanentes: um esboço de uma teoria de indivíduos como feixe de qualidades espaçotemporais repetíveis. Santa Maria, RS: Universidade Federal de Santa Maria, 2017.
FORREST, P. Universals as sense-data. Philosophy and Phenomenological Research, v. 71, n. 3, p. 622-631, nov. 2005.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Editora Nova Cultura, 1999.
RUSSELL, B.; SLATER, J. G. Human Knowledge: Its Scope and Limits. London: Taylor & Francis Routledge, 2009.
SANFORD, D. H. Armstrong's Theory of Universals. The British Journal for the Philosophy of Science, v. 31, n. 1, p. 69-79, mar. 1980.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Paranaense de Filosofia

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Artigo publicado em acesso aberto sob a licença Creative Commons Attribuition 4.0 International Licence.
Os autores cedem o direito exclusivo de primeira publicação à Revista, sendo o trabalho licenciado simultaneamente sob a licença Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY). Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (por exemplo: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
