A CONCEPÇÃO DE SEMELHANÇAS DE FAMÍLIA E O DESENVOLVIMENTO DA CONCEPÇÃO DE ÉTICA DE WITTGENSTEIN
DOI:
https://doi.org/10.33871/27639657.2022.2.1.6721Palavras-chave:
Wittgenstein, Ética, Concepção de semelhanças de família, Leitura convencionalResumo
O objetivo deste trabalho é argumentar contra a leitura convencional sobre o desenvolvimento da concepção de ética de Wittgenstein, em especial, no que toca ao papel que ela confere à concepção de semelhanças de família neste contexto. Para os defensores desta leitura a concepção de linguagem de Wittgenstein no Tractatus logico-philosophicus (TLP) restringe a sua concepção de ética tornando ambas incompatíveis. Tal incompatibilidade seria resolvida apenas com o desenvolvimento da sua concepção de linguagem. Isso permitiu um tratamento mais positivo para a sua concepção de ética, especialmente, a partir da concepção de semelhanças de família. Para esses autores, isso acarreta uma mudança na concepção de ética de Wittgenstein. Contra isso, defenderemos que há, na verdade, um sentido de continuidade na concepção de ética de Wittgenstein. Para argumentarmos em favor disso, mostraremos que Wittgenstein, mesmo posteriormente, continua sustentando pontos-chave desta concepção, a saber, a sua natureza não-empírica e necessária. Com isso, concluiremos que tal concepção é, na verdade, recontextualizada na discussão sobre a concepção de semelhanças de família.
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