TEORIA DO FEIXE E TEORIA DO SUBSTRATO

uma análise acerca do problema da individuação e da co-instanciação entre propriedades como fundamentação metafísica do objeto singular

Autores

  • Rafael Luis da Silva Sastre de Carvalho UFFS

Resumo

A teoria do feixe é a teoria que afirma que os indivíduos são constituídos por conjuntos de propriedades. Um conjunto de propriedades w composto pelos membros F, G e H constituem assim o que chamamos de feixe. A noção de indivíduo promovida ao longo do século XVII compreende o particular como uma categoria ontológica primordial. É mais precisamente em Locke que esta noção é formalizada enquanto uma teoria do substrato. Locke afirma que as qualidades sensíveis não se dão sem o indivíduo e por isso ele é ontologicamente prioritário. Ao passo que essas qualidades não podem ocorrer sozinhas, Locke atribui à constituição do indivíduo primordial o conceito de substrato. Aquilo que seria o sustentáculo (cabide) das
propriedades unidas no objeto singular. Meu principal objetivo neste artigo é desenvolver a teoria da copresença (compresence) de Russell (1872-1970) partindo de uma análise atômica de propriedades. Em primeiro lugar, apresentarei como a individuação lockeana é objetada por Hume (1711-1776) através de uma prototeoria do feixe. Em seguida, apresento brevemente três versões da teoria do feixe propostos por Van Cleve (1984). Logo após, irei defender a teoria da copresença de Russell como uma teoria plausível acerca do feixe lidando com três principais objeções de Van Cleve junto à noção de feixes de feixe de Casullo (1987). Assim sendo, apresento dois ataques ao problema das Esferas de Black: o primeiro ataque provê
uma solução para a individuação através da concepção de universais imanentes. O segundo ataque gira em torno de uma objeção a qual chamarei de “objeção da verificabilidade ato/objeto”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARMSTRONG, D. M. Perception and the Physical World. London: Routledge & Kegan Paul, 1961.

ARMSTRONG, D. M. Bodily Sensations. London: Routledge & Kegan Paul, 1962.

ARMSTRONG, D. M. Nominalism and Realism: Volume 1: Universals and Scientific Realism. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.

ARMSTRONG, D. M. A Theory of Universals: Volume 2: Universals and Scientific Realism. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.

ARMSTRONG, D. M. Universals: An Opinionated Introduction. Colorado: Westview Press, 1989.

ARMSTRONG, D. M. A Materialist Theory of the Mind. Revised ed. London: Routledge, 1993.

BLACK, M. The Identity of Indiscernibles. Mind, New Series, v. 61, n. 242, p. 153-164, Apr. 1952.

CASULLO, A. Russell on the Reduction of Particulars. Analysis, v. 41, n. 4, p. 199-205, out. 1981.

CASULLO, A. A fourth version of Bundle Theory. 1987. p. 125-139.

CLEVE, J. V. Three Versions of the Bundle Theory. Philosophical Studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, v. 47, n. 1, p. 95-107, jan. 1985.

DAMO, H. Fundamentos para uma metafísica de universais imanentes: um esboço de uma teoria de indivíduos como feixe de qualidades espaçotemporais repetíveis. Santa Maria, RS: Universidade Federal de Santa Maria, 2017.

FORREST, P. Universals as sense-data. Philosophy and Phenomenological Research, v. 71, n. 3, p. 622-631, nov. 2005.

HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Editora Nova Cultura, 1999.

RUSSELL, B.; SLATER, J. G. Human Knowledge: Its Scope and Limits. London: Taylor & Francis Routledge, 2009.

SANFORD, D. H. Armstrong's Theory of Universals. The British Journal for the Philosophy of Science, v. 31, n. 1, p. 69-79, mar. 1980.

Downloads

Publicado

2025-07-26

Como Citar

Sastre de Carvalho, R. L. da S. (2025). TEORIA DO FEIXE E TEORIA DO SUBSTRATO: uma análise acerca do problema da individuação e da co-instanciação entre propriedades como fundamentação metafísica do objeto singular. Revista Paranaense De Filosofia, 5(1), 168–197. Recuperado de https://periodicos.unespar.edu.br/rpfilo/article/view/10788

Edição

Seção

Artigos