AS AVALIAÇÕES EXTERNAS E A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA: CONEXÕES E IMPASSES
DOI:
https://doi.org/10.33871/22385800.2017.6.12.203-220Resumo
O presente artigo tem como objetivo desvelar as possíveis conexões entre a Educação Matemática Crítica e a problemática das avaliações externas em larga escala no Brasil, tendo como base, a revisão da literatura da área. Tem-se que, atualmente, os resultados de exames de avaliações em larga escala e o fluxo dos estudantes são utilizados para compor índices de qualidade da educação, baseados em lógicas de eficiência e produtividade, mais próximos de ideais mercadológicos do que educacionais. Essa nova racionalidade tem influenciado o cotidiano escolar, por meio da padronização de currículos e práticas, desmoralizando professores e escolas, potencializando o ensino tradicional de Matemática e o absolutismo burocrático, em detrimento de uma Educação Matemática Crítica (EMC), por meio da criação de consensos e de ideologias da certeza. Nesse sentido, a prática calcada nos pressupostos da EMC pode configurar-se como momento de resistência por parte dos professores de Matemática, incentivar a busca pelo fortalecimento do coletivo escolar e a restituição de processos mais democráticos dentro e fora da escola (sobretudo no que diz respeito à construção de critérios de avaliação do ensino) para que se apresentem alternativas ao modelo tradicional de ensino da Matemática.