Do Quipu ao slam
escritas do corpo e insurgências poéticas em Cecília Vicuña e Luiza Romão
DOI :
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.33.2.10914Mots-clés :
corpo feminino, epistemologias decoloniais, Quipu, SlamRésumé
Este artigo investiga como Cecilia Vicuña e Luiza Romão constroem poéticas insurgentes por meio do corpo, da oralidade e da performance, ativando linguagens que confrontam paradigmas coloniais, patriarcais e eurocentrados. Justifica-se pela necessidade de compreender o corpo como locus de saberes e como meio de reinscrição simbólica. A partir de uma abordagem qualitativa e interpretativa, analisa-se a materialidade verbo-visual de quipus e quipoemas de Vicuña, e as fotoperformances e poemas de Romão, especialmente em Sangría (2017) e Também Guardamos Pedras Aqui (2022). O aporte teórico é construído a partir de autoras e autores de epistemologias decoloniais, contracoloniais e feministas, como Antônio Bispo dos Santos, Aníbal Quijano, Glória Anzaldúa, Sueli Carneiro, Leda Maria Martins e Conceição Evaristo. O estudo demonstra que, por meio do uso do fio, da voz, da imagem e, sobretudo, do corpo, ambas constroem epistemologias sensíveis que instauram modos alternativos de produção e circulação de saberes.
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