Plataforma Sapatão no Teatro
mapear como gesto contracolonial
DOI :
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.33.2.11065Mots-clés :
sapatão, colonialidade, teatro brasileiro, memória, gesto contracolonialRésumé
O presente artigo analisa os processos de invisibilização das lesbianidades e sapatonices no teatro brasileiro, compreendendo-os como efeitos da colonialidade de gênero. A partir do conceito de “lado obscuro do gênero”, formulado por María Lugones, e das contribuições de autoras como Monique Wittig, Judith Butler, Adrienne Rich, Saidiya Hartman e Grada Kilomba, discutimos como a lógica eurocêntrica produziu uma matriz cisheteropatriarcal que marginaliza corpos dissidentes de gênero e sexualidade. Nesse contexto, analisamos a atuação da Plataforma Sapatão no Teatro, criada em 2021, como um gesto contracolonial que se propõe a mapear, registrar e difundir trajetórias de artistas sapatonas. O mapeamento e a fabulação crítica do presente configuram-se como estratégias políticas e epistemológicas para enfrentar o apagamento histórico e afirmar uma memória sapatão no teatro brasileiro, articulando passado, presente e futuro na construção de narrativas de resistência.
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