À sombra da fantasia

infância e marginalidade na desconstrução do sonho americano em Projeto Flórida (2017), de Sean Baker

Autores

  • Luís Geraldo Rocha Unesp

DOI:

https://doi.org/10.33871/19805071.2025.33.2.10793

Palavras-chave:

cinema contemporâneo, desigualdade social, infância, crítica ao sonho americano, sean baker

Resumo

O presente artigo analisa o filme Projeto Flórida (2017), de Sean Baker, à luz de uma crítica social ao “sonho americano” e às promessas de mobilidade social no contexto do capitalismo contemporâneo. Através da figura de Moonee e da ambientação nos arredores da Disney World, o filme expõe as contradições entre o ideal de prosperidade propagado pelo “sonho americano” e a realidade de exclusão vivida por quem permanece à margem. Fundamentando-se em autores como David Harvey e Zygmunt Bauman, o estudo discute como o espaço cinematográfico funciona como metáfora das desigualdades estruturais e como a infância é ressignificada como território de resistência. A análise demonstra que, ao adotar uma estética realista e focar em personagens à margem, Baker constrói uma narrativa que questiona os limites das representações tradicionais de classe, identidade e pertencimento nos Estados Unidos.

Palavras-chave: cinema contemporâneo; desigualdade social; infância; crítica ao sonho americano; Sean Baker.

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Publicado

2025-12-17

Como Citar

ROCHA, Luís Geraldo. À sombra da fantasia: infância e marginalidade na desconstrução do sonho americano em Projeto Flórida (2017), de Sean Baker. Revista Cientí­fica/FAP, Curitiba, v. 33, n. 2, p. 612–633, 2025. DOI: 10.33871/19805071.2025.33.2.10793. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/10793. Acesso em: 18 dez. 2025.