Processos artísticos com crianças no Programa de Iniciação Artística - PIÁ
temporalidades em perspectivas contracoloniais
DOI:
https://doi.org/10.33871/19805071.2025.33.2.11024Keywords:
Contracolonialidade, Processos artísticos, infancialização, PIÁ, TemporalidadesAbstract
Este texto propõe refletir sobre as temporalidades nos processos artísticos do Programa de Iniciação Artística - PIÁ, entendendo esse fator como um dos pilares para a construção de práticas artísticas com crianças em perspectivas contracoloniais. Para isso, iniciaremos com um panorama do PIÁ, detalhando seu surgimento, relação com a cidade, estrutura e princípios artístico-pedagógicos. Em seguida, aprofundaremos o conceito de contracolonialidade, conectando-o a uma perspectiva afrorreferenciada de infancialização – que valoriza o habitar o mundo com presença e encantamento. Deste ponto, investigaremos como o modo de com que os processos artísticos no PIÁ, sustentam temporalidades que condizem com a noção de ancestralidade, a interação com o presente e manutenção de modos de participação circulares, afastando-se de valores ocidentais que estruturam a atual colonialidade, como o utilitarismo e o produtivismo presentes no controle do tempo das crianças. Finalmente, analisaremos as práticas artísticas do PIÁ para demonstrar como o manejo do tempo nessas atividades revela aspectos da contracolonialidade, oferecendo processos artísticos que, de fato, se constituam a partir dos interesses, desejos e subjetividades das crianças.
Este texto propõe refletir sobre as temporalidades nos processos artísticos do Programa de Iniciação Artística - PIÁ, entendendo esse fator como um dos pilares para a construção de práticas artísticas com crianças em perspectivas contracoloniais. Para isso, iniciaremos com um panorama do PIÁ, detalhando seu surgimento, relação com a cidade, estrutura e princípios artístico-pedagógicos. Em seguida, aprofundaremos o conceito de contracolonialidade, conectando-o a uma perspectiva afrorreferenciada de infancialização – que valoriza o habitar o mundo com presença e encantamento. Deste ponto, investigaremos como o modo de com que os processos artísticos no PIÁ, sustentam temporalidades que condizem com a noção de ancestralidade, a interação com o presente e manutenção de modos de participação circulares, afastando-se de valores ocidentais que estruturam a atual colonialidade, como o utilitarismo e o produtivismo presentes no controle do tempo das crianças. Finalmente, analisaremos as práticas artísticas do PIÁ para demonstrar como o manejo do tempo nessas atividades revela aspectos da contracolonialidade, oferecendo processos artísticos que, de fato, se constituam a partir dos interesses, desejos e subjetividades das crianças.
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