O som na mise en scène do documentário El árbol negro (2018)

memória, território e resistência Qom

Authors

DOI:

https://doi.org/10.33871/19805071.2025.32.1.10102

Keywords:

documentary, amerindian cinema, staging, sound design

Abstract

The documentary El árbol negro (2018), by Máximo Ciambella and Damián Coluccio, uses sound as a central tool to evoke the cosmologies and cultural resistance of the indigenous Qom peoples. The article investigates how sound acts as an extension of the mise en scène, creating layers of meaning that connect the viewer to the otherness portrayed on screen. Based on concepts by Michel Chion (2008; 2009) and Murray Schafer (2001) and using Aumont and Marie’s (2009) internal analysis as a methodology, we consider the film as an audiovisual text that articulates image, sound and structure to create meanings and propose interpretations, also dialoguing with studies of indigenous cinema. The study’s results reveal the role of ambient sound in the construction of an immersive and sensorial mise en scène, which interweaves environmental and mystical sounds with the noises of invading machines and, through “audiovisual effects” (Chion, 2009), reflects the tensions between the Qom worldview and agribusiness, with its devastating action. The sound design reinforces the indigenous people’s deep connection with the territory, while symbolizing the struggle against oppressive modernity.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Raquel Salama Martins, Universidade Federal da Bahia

Doutoranda e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Culturas Contemporâneas, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Membro do núcleo de pesquisa Nanook, coordenado pelo professor José Francisco Serafim, do Laboratório de Análise Fílmica (LAF), Salvador, Bahia, Brasil, raquelsalam@gmail.com

References

AUMONT, Jacques. O cinema e a encenação. Texto e Grafia. Lisboa, 2008.

AUMONT, Jacques e MARIE, Michel. A análise do filme. Lisboa. Edições Texto & Grafia, 2009.

BOLOGNESI, Luiz (Direção). Ex-Pajé [Filme]. Brasil: Buriti Filmes; Gullane Entretenimento, 81 min, son., color, 2018.

BORDWELL, David. Figuras traçadas na luz: a encenação no cinema. Tradução Maria Luiza Machado Jatobá. Campinas: Papirus, 2008.

BORTOLIN, B. Leonardo. Processos ao redor: uma discussão entre técnica e estética a partir de uma outra escuta do filme O som ao redor. Dissertação (Mestrado do Instituto de Artes). Universidade Estadual de Campinas. São Paulo, 2016.

BRASIL, André. Ver por meio do invisível: O cinema como tradução xamânica. Novos

Estudos CEBRAP [online]. 2016, v. 35, n. 3, p. 124-147. Recuperado de: https://doi.org/10.25091/S0101-3300201600030007. Acesso em: 19 dez. 2024.

CARREIRO, Rodrigo (org.). O som do filme: uma introdução. Curitiba. Ed UFPR, 2018.

CIAMBELLA, Máximo; COLUCCIO, Damián (Direção). El árbol negro [Filme]. Som: Atilio Sánchez; Lucía Torres. Direção de fotografia: Cobi Migliora. Montagem: Lucía Torres. Ass. direção: Francisco Marisse. 1 filme (80 min), son., color, Argentina, 2018.

COSTA, F. M. da. Pode o cinema contemporâneo representar o ambiente sonoro em que vivemos? Revista Logos Comunicação e Audiovisual, n.01, v. 32, 2010, p.94-106.

DE QUEIROZ, Ruben Caixeta. Cineastas indígenas e pensamento selvagem. DEVIRES-Cinema e Humanidades. 2008, v. 5, n. 2, p. 98-125.

CHION, Michel. A audiovisão: som e imagem no cinema. Lisboa: Edições Texto & Grafia, 2008.

CHION, Michel. Film: a sound art. Tradução de Claudia Gorbman. New York: Columbia University Press, 2009.

DESHAYS, Daniel. Pour une écriture du son. Paris, Klincksieck, 2006.

FLÔRES, Virgínia. O cinema, uma arte sonora. São Paulo: Annablume, 2013.

FLÔRES, Virgínia. Identidade e alteridade no cinema: espaços significantes na poética sonora contemporânea. Significação [online]. 2015, v. 42, n. 44, pp. 232-253. Disponível em https://doi.org/10.11606/issn.2316-7114.sig.2015.103048. Acesso em 20 dez. 24.

FORNS-BROGGI, Roberto. El ecocine andino como herramienta de convivencialidad: El tiempo de la semilla. In: Noriega Bernuy, J. y Morales Mena, J. (Eds.) Cine Andino. Pakarina Ediciones: Lima, 2015.

GUZMÁN, Patricio (Direção). El botón de nácar [Filme]. França; Chile; Espanha: Atacama Productions; Valdivia Film; Mediapro, 82 min, son., color, 2015.

MEIRELLES, Fernando (Direção). Ensaio sobre a cegueira [Filme]. Canadá; Brasil; Japão: O2 Filmes; Rhombus Media; Bee Vine Pictures, 2008.

MENDONÇA FILHO, Kleber (Direção). O som ao redor. 131 min. Brasil, 2013.

NICHOLLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, São Paulo: Papirus, 2005.

RESNAIS, Alain (Direção). Nuit et brouillard. 32 min. França: Argos Films, 1955.

SCHAFER, Murray. A afinação do mundo. São Paulo: Editora UNESP, 2001.

STENGERS, Isabelle. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil. 2018, abr., n. 69, p. 442-464.

TAVARES, Joana. Agência feminina, terra e multissensorialidade: a mitopráxis Tikmũ’ũn no cinema. 2022, 432f. Tese (doutorado) – Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2022.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspectival anthropology and the method of controlled equivocation. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America. [Online]. 2004. Berkeley, v. 2, n. 1, pp. 03-21. Recuperado de: https://doi.org/10.70845/2572-3626.1010. Acesso em 19 dez. 2024.

Published

2025-07-01

How to Cite

SALAMA MARTINS, Raquel; SERAFIM, José Francisco. O som na mise en scène do documentário El árbol negro (2018) : memória, território e resistência Qom. Revista Cientí­fica/FAP, Curitiba, v. 32, n. 1, p. 418–444, 2025. DOI: 10.33871/19805071.2025.32.1.10102. Disponível em: https://periodicos.unespar.edu.br/revistacientifica/article/view/10102. Acesso em: 14 dec. 2025.